FUVEST 2016 - UTOPIAS - Mais uma vez um tema bom e conceitual
O Tema da Redação da FUVEST deste ano (AS UTOPIAS: indispensáveis, inúteis ou nocivas?) mostrou mais uma vez que os temas da FUVEST são CONCEITUAIS e não simplesmente ABSTRATOS, pois são retirados de algum evento discursivo, histórico ou atual, fazendo com que o aluno busque concretude nos jornais, na realidade, na sua experiência de mundo, para dentro da redação.
Isto é muito importante frisar: os temas da FUVEST não são abstratos, em que se tem que filosofar 30 linhas sobre, mas sim são CONCEITUAIS, em que se tem que ver como aquele conceito alimentou e moveu certos eventos no ano, ou nos últimos anos no Brasil ou no mundo.
Por exemplo, quando pensamos em CONCEITO, pensamos em uma peça coringa de um quebra-cabeças, em que você é impelido a pensar onde ela se encaixa, para tanto você deve buscar na REALIDADE tal lugar para o CONCEITO.
Exemplo: AS OCUPAÇÕES DAS ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS EM SP são uma forma de busca utópica no mundo de hoje, pois enquanto o mercado das escolas privadas anda tomando conta, parece SEM-LUGAR, SEM-NOÇÃO, IMPOSSÍVEL, ou seja, UTÓPICO a luta dos estudantes secundaristas. Outro exemplo é o FEMINISMO, algo que parecia sem lugar, sem contexto, como o VOTO das MULHERES, foi conquista por uma luta descomunal das SUFRAGISTAS e hoje é assunto que ainda parece utópico pra certas comunidades machistas. Um terceiro exemplo, são os DIREITOS HUMANOS, que já foram tidos como algo irrealizável na idade média, e hoje com estados laicos e democráticos é uma UTOPIA que se realizou.
A Coletânea foi bem pensada. Enxuta. E a FUVEST fez questão de perguntar se as UTOPIAS são INDISPENSÁVEIS, INÚTEIS ou NOCIVAS. Ou seja, teria-se que tomar partido e ter uma resposta.
O estudante atento iria, mostrar que em três parágrafos exemplos de UTOPIAS nocivas, inúteis e de indispensável, ao longo da História da Humanidade. Seria um caminho seguro, conquanto na Introdução do texto já trouxesse sua predileção por um delas, por todas ou por nenhum, mas teria que APRESENTAR SUA TESE logo no primeiro parágrafo, para ganhar tempo e não se perder.
Na conclusão, bastaria ser COESO, amarrar o texto com sua TESE do primeiro parágrafo.
Foi um bom tema e uma bela provocação da FUVEST!
Isto é muito importante frisar: os temas da FUVEST não são abstratos, em que se tem que filosofar 30 linhas sobre, mas sim são CONCEITUAIS, em que se tem que ver como aquele conceito alimentou e moveu certos eventos no ano, ou nos últimos anos no Brasil ou no mundo.
Por exemplo, quando pensamos em CONCEITO, pensamos em uma peça coringa de um quebra-cabeças, em que você é impelido a pensar onde ela se encaixa, para tanto você deve buscar na REALIDADE tal lugar para o CONCEITO.
Exemplo: AS OCUPAÇÕES DAS ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS EM SP são uma forma de busca utópica no mundo de hoje, pois enquanto o mercado das escolas privadas anda tomando conta, parece SEM-LUGAR, SEM-NOÇÃO, IMPOSSÍVEL, ou seja, UTÓPICO a luta dos estudantes secundaristas. Outro exemplo é o FEMINISMO, algo que parecia sem lugar, sem contexto, como o VOTO das MULHERES, foi conquista por uma luta descomunal das SUFRAGISTAS e hoje é assunto que ainda parece utópico pra certas comunidades machistas. Um terceiro exemplo, são os DIREITOS HUMANOS, que já foram tidos como algo irrealizável na idade média, e hoje com estados laicos e democráticos é uma UTOPIA que se realizou.
A Coletânea foi bem pensada. Enxuta. E a FUVEST fez questão de perguntar se as UTOPIAS são INDISPENSÁVEIS, INÚTEIS ou NOCIVAS. Ou seja, teria-se que tomar partido e ter uma resposta.
O estudante atento iria, mostrar que em três parágrafos exemplos de UTOPIAS nocivas, inúteis e de indispensável, ao longo da História da Humanidade. Seria um caminho seguro, conquanto na Introdução do texto já trouxesse sua predileção por um delas, por todas ou por nenhum, mas teria que APRESENTAR SUA TESE logo no primeiro parágrafo, para ganhar tempo e não se perder.
Na conclusão, bastaria ser COESO, amarrar o texto com sua TESE do primeiro parágrafo.
Foi um bom tema e uma bela provocação da FUVEST!
REDAÇÃO
UTOPIA (de ou-topia, lugar inexistente ou, segundo outra leitura, de eu-topia, lugar feliz).
Thomas More deu esse nome a uma espécie de romance filosófico (1516), no qual relatava as condições de vida
em uma ilha imaginária denominada Utopia: nela, teriam sido abolidas a propriedade privada e a intolerância
religiosa, entre outros fatores capazes de gerar desarmonia social. Depois disso, esse termo passou a designar não
só qualquer texto semelhante, tanto anterior como posterior (como a República de Platão ou a Cidade do Sol de
Campanella), mas também qualquer ideal político, social ou religioso que projete uma nova sociedade, feliz e
harmônica, diversa da existente. Em sentido negativo, o termo passou também a ser usado para designar projeto
de natureza irrealizável, quimera, fantasia. - Nicola Abbagnano, Dicionário de Filosofia. Adaptado.
CIDADE PREVISTA
(...)
A utopia nos distancia da realidade presente, ela nos torna
capazes de não mais perceber essa realidade como natural,
obrigatória e inescapável. Porém, mais importante ainda, a utopia
nos propõe novas realidades possíveis. Ela é a expressão de todas as
potencialidades de um grupo que se encontram recalcadas pela
ordem vigente. - Paul Ricoeur. Adaptado.
A desaparição da utopia ocasiona um estado de coisas
estático, em que o próprio homem se transforma em coisa. Iríamos,
então, nos defrontar com o maior paradoxo imaginável: o do homem
que, tendo alcançado o mais alto grau de domínio racional da
existência, se vê deixado sem nenhum ideal, tornando-se um mero
produto de impulsos. O homem iria perder, com o abandono das
utopias, a vontade de construir a história e, também, a capacidade de
compreendê-la. -Karl Mannheim. Adaptado.
Acredito que se pode viver sem utopias. Acho até que é
melhor, porque as utopias são ao mesmo tempo ineficazes e
perigosas. Ineficazes quando permanecem como sonhos; perigosas
quando se quer realizá-las. - André ComteSponville. Adaptado.
Irmãos, cantai esse mundo
que não verei,
as virá
um dia,
dentro em mil anos,
talvez mais...
não tenho pressa.
Um mundo enfim ordenado,
uma pátria sem fronteiras,
sem leis e regulamentos,
uma terra sem bandeiras,
sem igrejas nem quartéis,
sem dor, sem febre,
sem ouro,
um jeito só de viver,
mas nesse jeito a variedade,
a multiplicidade toda
que há dentro de cada um.
Uma cidade sem portas,
de casas sem armadilha,
um país de riso e glória
como nunca houve nenhum.
Este país não é meu
nem vosso ainda, poetas.
Mas ele será um dia
o país de todo homem.
- Carlos Drummond de Andrade
A utopia não é apenas um gentil projeto difícil de se realizar, como quer uma definição simplista. Mas se
nós tomarmos a palavra a sério, na sua verdadeira definição, que é aquela dos grandes textos fundadores, em
particular a Utopia de Thomas More, o denominador comum das utopias é seu desejo de construir aqui e agora
uma sociedade perfeita, uma cidade ideal, criada sob medida para o novo homem e a seu serviço. Um paraíso
terrestre que se traduzirá por uma reconciliação geral: reconciliação dos homens com a natureza e dos homens
entre si. Portanto, a utopia é a desaparição das diferenças, do conflito e do acaso: é, assim, um mundo todo
fluido – o que supõe um controle total das coisas, dos seres, da natureza e da história.
Desse modo, a utopia, quando se quer realizá-la, torna-se necessariamente totalitária, mortal e até
genocida. No fundo, só a utopia pode suscitar esses horrores, porque apenas um empreendimento que tem por
objetivo a perfeição absoluta, o acesso do homem a um estado superior quase divino, poderia se permitir o
emprego de meios tão terríveis para alcançar seus fins. Para a utopia, trata-se de produzir a unidade pela
violência, em nome de um ideal tão superior que justifica os piores abusos e o esquecimento da moral
reconhecida. - Frédéric Rouvillois. Adaptado.
O conjunto de excertos acima contém um verbete, que traz uma definição de
seguido de outros cinco textos que apresentam diferentes reflexões sobre o mesmo assunto.
Considerando as ideias neles contidas, além de outras informações que você julgue
pertinentes, redija uma dissertação em prosa, na qual você exponha o seu ponto de vista
sobre o tema. AS UTOPIAS: indispensáveis, inúteis ou nocivas?
Instruções:
A redação deve ser uma dissertação, escrita de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível.
Não ultrapasse o espaço de 30 linhas da folha de redação.
Dê um título a sua redação.
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