ENEM - A Era da Pós-Verdade e das Fake News
Com base
na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão
da língua portuguesa sobre o tema A era da pós-verdade e a Internet: os
limites entre a democratização da informação e as Fake News, apresentando proposta de
conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e
relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu
ponto de vista.
TEXTO I.
“Dado que o uso do termo [pós-verdade] não mostrou nenhum sinal de desaceleração, eu não ficaria surpreso se ‘pós-verdade’ se tornasse uma das palavras definidoras dos nossos tempos”
[Casper Grathwohl - Presidente da Oxford Dictionaries em entrevista do jornal americano 'Washington Post']
“Dado que o uso do termo [pós-verdade] não mostrou nenhum sinal de desaceleração, eu não ficaria surpreso se ‘pós-verdade’ se tornasse uma das palavras definidoras dos nossos tempos”
[Casper Grathwohl - Presidente da Oxford Dictionaries em entrevista do jornal americano 'Washington Post']
Segundo a Oxford Dictionairies, a palavra vem sendo empregada em análises sobre dois importantes acontecimentos políticos: a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos e o referendo que decidiu pela saída da Grã-Bretanha da União Europeia, apelidada de “Brexit”.
Ambas as campanhas fizeram uso indiscriminado de mentiras, como a de que a permanência na União Europeia custava à Grã Bretanha US$ 470 milhões por semana no caso do Brexit, ou de que Barack Obama é fundador do Estado Islâmico no caso da eleição de Trump.
[https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/11/16/O-que-%C3%A9-%E2%80%98p%C3%B3s-verdade%E2%80%99-a-palavra-do-ano-segundo-a-Universidade-de-Oxford]
TEXTO II.
Post-truth. É um adjetivo. Não chega a ser novo. Tem uma década, pelo menos. Mas os estudiosos de Oxford perceberam que nos últimos tempos seu uso passou a ser mais frequente: em artigos acadêmicos, por escritores, nos jornais e, finalmente, nas ruas. Como em 2015, quando os “emojis” dominaram o mundo.
Pela definição do dicionário, pós-verdade quer dizer “algo que denota circunstâncias nas quais fatos objetivos têm menos influência para definir a opinião pública do que o apelo à emoção ou crenças pessoais”. Em outros termos: a verdade perdeu o valor. Não nos guiamos mais pelos fatos. Mas pelo que escolhemos ou queremos acreditar que é a verdade.
TEXTO III.
Saímos do domínio dos fatos para uma ensurdecedora guerra de slogans, certezas e dogmas. Um fundamentalismo comunicacional que prescinde de argumentação.
Verossimilhança e evidência são a matéria prima da pós-verdade e do pós-fato. Sua enunciação repetida e viralizada por muitos, sua expressão em imagens e memes antecipam o que queremos ver acontecer. Sua simples difusão e circulação, a quantidade de cliques e visualizações são o que dão legitimidade ao conteúdo que é exposto. A visibilidade máxima, o compartilhamento, o engajamento em comentários e cliques são a forma de legitimação do pós-fato e da pós-verdade. Algo que não necessariamente aconteceu, mas que a simples enunciação e circulação massiva produz um efeito de verdade.
A pós-verdade é a informação que buscamos para satisfazer nossas crenças e desejos. Como nas editorias de jornalismo em que o repórter sai a campo para encontrar as melhores “aspas” que comprovam um enunciado prévio. Fábrica de fatos e produção de notícias, mas que hoje ganha nas redes um poderoso complemento: a memética, a evidência instantânea, que produz sensações, ódio, riso, ridículo, inferiorização do outro através de uma imagem ou de um truísmo.
[http://revistacult.uol.com.br/home/2016/10/a-memetica-e-a-era-da-pos-verdade/]

TEXTO
IV.
Liberdade
sem fio
A ONU
acaba de declarar o acesso à rede um direito fundamental do ser humano – assim
como saúde, moradia e educação. No mundo todo, pessoas começam a abrir seus
sinais privados de wi-fi, organizações e governos se mobilizam para
expandir a rede para espaços públicos e regiões onde ela ainda não chega, com
acesso livre e gratuito.
ROSA, G.; SANTOS, P. Galileu. Nº 240, jul. 2011 (fragmento).
TEXTO V.
A
internet tem ouvidos e memória
Uma
pesquisa da consultoria Forrester Research revela que, nos Estados Unidos, a
população já passou mais tempo conectada à internet do que em frente à
televisão. Os hábitos estão mudando. No Brasil, as pessoas já gastam cerca de
20% de seu tempo online em redes sociais. A grande maioria dos internautas
(72%, de acordo com o Ibope Mídia) pretende criar, acessar e manter um perfil
na rede. “Faz parte da própria socialização do indivíduo do século XXI estar
numa rede social. Não estar equivale a não ter uma identidade ou um número de
telefone no passado”, acredita Alessandro Barbosa Lima, CEO da e.Life, empresa
de monitoração e análise de mídias.
As redes
sociais são ótimas para disseminar ideias, tornar alguém popular e também
arruinar reputações. Um dos maiores desafios dos usuários de internet é saber
ponderar o que se publica nela. Especialistas recomendam que não se deve
publicar o que não se fala em público, pois a internet é um ambiente social e,
ao contrário do que se pensa, a rede não acoberta anonimato, uma vez que mesmo
quem se esconde atrás de um pseudônimo pode ser rastreado e identificado.
Aqueles que, por impulso, se exaltam e comentem gafes podem pagar caro.
TEXTO VI
Muitas
informações circulam pela internet e nem sempre elas são verdadeiras. Mas como
identificar o que é verdade e o que é mentira? As dicas a seguir podem auxiliar
você a fazer essa checagem. Claro que não são perfeitas e estão sujeitas a
falhas, mas podem ser de grande ajuda. Confira:
LEU NAS
REDES SOCIAIS?
1 –
Verifique se a informação que você recebeu cita uma fonte confiável.
Fontes confiáveis costumam ser os sites oficiais, páginas de jornais
conhecidos, blogs respeitados. Na dúvida, pergunte para seus amigos: na internet,
é a comunidade que define o que é confiável ou não.
2 –
Pesquise na web para ver se mais de uma fonte confiável publicou
a notícia. Informações verdadeiras costumam ser publicadas por vários sites
confiáveis.
3 –
Cuidado com os sites e blogs de notícias falsas. Há muitos especializados em fazer
humor, por isso é importante aprender a distinguir informação de piada.
4 – Cheque
sempre a data em que a notícia foi publicada. De vez em quando,
notícias velhas voltam a circular como se fossem recentes. Embora possam ser
verdadeiras, o contexto poderá ser diferente.
5 – Há
muitos erros de português na notícia? Isso é um bom indício de que o
texto não foi escrito a sério.
6 –
Tenha bom senso. Na maioria das vezes é possível identificar
notícias absurdas.
7 – Se
continuar com dúvida, evite compartilhar informações recebidas.
Afinal, você não quer passar uma mentira para frente, não é?
http://senadofederal.tumblr.com/post/112780976282/como-identificar-not%C3%ADcias-falsas
http://senadofederal.tumblr.com/post/112780976282/como-identificar-not%C3%ADcias-falsas
TEXTO
VII
A internet e as redes sociais
democratizaram o acesso à informação, mas também trouxeram as notícias falsas
(também chamadas de fake news) e
criaram, junto aos algoritmos, as “bolhas” – aqueles universos digitais onde só
se debate o que for do agrado de quem participa deles. Num ambiente público
desses, como a imprensa fará uma boa cobertura satisfatória das eleições 2018?
TEXTO
VIII
O juiz Sergio Moro é filiado ao PSDB. Gilberto Gil chamou Moro de ‘juizinho fajuto’. Hillary Clinton participa de seitas satanistas. Presidente do Banco
Mundial critica Governo Temer. O que há em comum entre essas quatro notícias?
Todas são mentirosas, partilhadas milhares de vezes, mas foram divulgadas como
verdadeiras dentro do fenômeno das chamadas ‘fake news’, ou 'pós verdade',
expressão esta que ganhou até verbete pela Oxford Dictionaries.
A 'pós verdade' foi inclusive dedicada pela Oxford ao presidente Donald Trump e ao Brexit,
pois ambos se beneficiaram dessa estratégia. As notícias falsas tornaram-se a
erva daninha que ganhou terreno fértil na era digital. Imitam o estilo
jornalístico, mas sem o menor compromisso com a realidade. Ao contrário. São
criadas a partir de personagens conhecidos mas com suas falas distorcidas, ou
inventadas, para confundir leitores, e amplificar sentimentos de rejeição ao
alvo escolhido. Assim, as fake news têm colaborado para piorar a qualidade da
política e das relações sociais mundo afora.
O mundo governado por mentiras das
‘fake news’ abre ciclo de debates FAAP-EL PAÍS.
https://brasil.elpais.com/brasil/2017/04/30/politica/1493559929_642710.html
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