Proposta VUNESP/FUVEST - Escalada Conservadora no Brasil
TEXTO 1.
Surfar na
onda conservadora
Num vídeo publicado nas redes sociais, o bispo licenciado da
Igreja Universal do Reino de Deus, questiona cinco pessoas se querem uma
“exposição de pedofilia e zoofilia”. Todas, obviamente, respondem
negativamente. Em tom de deboche, Crivella disse: “Saiu no jornal que vai ser
no MAR. Só se for no fundo do mar”.
Com seu veto e o vídeo em tom de chacota, Crivella mostra que
não quer deixar o MBL sozinho capitalizar a onda conservadora que achou eco ao
promover o boicote de exposições culturais, acusando-as de ter objetivos
doutrinadores obscuros ligados à esquerda. Afinal, os valores religiosos e da
família brasileira que os críticos das mostras alegam defender são a base da
pregação política de Crivella junto a seu eleitorado de base evangélica. Não
está sozinho na disputa do filão. O vídeo do ex-bispo veio na sequência do
gravado pelo prefeito de São Paulo, o tucano João Doria, no qual critica a
Queermuseu assim como a performance com um homem nu exibida no Museu de Arte
Moderno de São Paulo. As mostras, segundo Doria, “afrontam o direito, a
liberdade e, obviamente, a responsabilidade”.
Na segunda-feira, 70 curadores, diretores de museu e
diretores de centros culturais de todo o Brasil, assinaram uma carta aberta
demonstrando “o mais absoluto repúdio pelas ações orquestradas contra espaços
institucionais de arte, assim como a toda e qualquer tentativa de cercear,
constranger, desqualificar ou proibir as legítimas atividades artísticas que se
desenvolvem no Brasil, construídas responsavelmente pelas instituições
culturais”.
A carta afirma que “são notoriamente falsas as alegações de
incitação à pedofilia e de apologia ao sexo nas obras ou nas exposições que têm
sido objeto dessas ações”. “Limitar e impedir artistas, curadores e
instituições é uma clara política de retrocesso face ao processo histórico que
implantou um estado democrático de direito no Brasil”.
TEXTO 2.
O viés totalitário do
povo brasileiro
Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a sociedade
brasileira, numa escala de zero a dez, atinge a altíssima nota de 8,1 no Índice
de Propensão ao Apoio de Posições Autoritárias. A tendência é mais acentuada
entre os menos escolarizados, os de menor renda, os mais velhos, os pardos,
aqueles que habitam municípios menos populosos e os que vivem no Nordeste. Na
curva etária, a faixa de 16 a 24 anos mostra-se mais inclinada ao autoritarismo
do que as duas subsequentes (25 a 34 e 35 a 44 anos).
Uma pesquisa realizada pelo Fórum Econômico Mundial, que se
reúne anualmente em Davos, Suíça, constatou que, entre os 137 países que
compõem seu Índice de Competitividade Global, o Brasil ficou em último lugar no
quesito “Confiança do público nos políticos”, ou seja, a nossa percepção de que
lidamos com a pior classe de políticos do mundo é verdadeira. Quando passou por
aqui, no começo de outubro, o ex-presidente norte-americano, Barack Obama,
afirmou que a distância entre os cidadãos e o poder político é o combustível
que alimenta o crescimento de movimentos nacionalistas e autoritários, e fez
referência explícita ao caso do Brasil. O quadro que se pinta para o ano que
vem não é nada alentador...
Escreva uma Dissertação-Argumentativa sobre a escalada do Conservadorismo
no Brasil do Século XXI.
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