O Exercício mais Difícil de Redação da UNICAMP serve para a FUVEST

A UNICAMP mudou seu vestibular faz alguns anos, porém o exercício mais difícil dos últimos 20 anos em Redação foi o de 2003, em que pediu para o aluno encontrar a tese do autor em um artigo na FOLHA e depois escrever uma carta.

Não esqueça de encontrar a Tese do Autor e dar sua opinião.


CARTA
Também não esqueça de fazer uma CARTA, com cabeçalho, pronome de tratamento, vocativo, corpo da carta, argumentos, despedida e assinatura com as iniciais de um nome fictício ou não.


DISSERTAÇÃO
Este exercício serve muito para FUVEST também, basta escrever uma Dissertação ao invés de uma Carta.




TEMA

ATENÇÃO: SE VOCÊ NÃO SEGUIR AS INSTRUÇÕES RELATIVAS A ESTE TEMA, SUA REDAÇÃO SERÁ ANULADA.

Periodicamente, ao longo da história, pensadores têm afirmado que a humanidade chegou a um ponto definitivo (o “fim da história”). O artigo abaixo, parcialmente adaptado, que Denis Lerrer Rosenfield publicou no jornal Folha de S. Paulo em 28/06/2002, de certo modo retoma essa afirmação.

A POÇÃO MÁGICA

O mundo mudou depois de 11 de setembro. A administração Bush, inicialmente voltada para um fechamento dos EUA sobre si mesmos, cujo símbolo era o projeto de escudo interbalístico, que protegeria essa nação de mísseis intercontinentais, afirma-se agora claramente como imperial. Sua doutrina militar sofreu uma alteração substancial. Doravante, a prioridade são ataques preventivos, que eliminem os focos terroristas no mundo, ameaçando e atacando os Estados que lhes dêem cobertura e, sobretudo, que tenham armas químicas e biológicas. (...)

Talvez o mundo, no futuro, mostre que o problema da democracia passa pela influência que países, empresas, sindicatos e meios de comunicação venham a exercer sobre a opinião pública americana – que pode, ela sim, mudar os rumos do império. Não esqueçamos que a Guerra do Vietnã terminou devido à influência decisiva da opinião pública americana sobre o centro de decisões políticas. Os países deverão se organizar para atuar sobre a opinião pública americana.

Se essa descrição dos fatos é verdadeira, nenhuma política futura poderá ser baseada em um confronto direto com os EUA ou em um questionamento dos princípios que regem essa nação. A autonomia, do ponto de vista econômico, social, militar e político, pertence ao passado. Poderemos ter nostalgia dela, mas seu adeus é definitivo. O que não significa, evidentemente, que tenhamos de acatar tudo o que de lá vier; é imperativo reconhecer, porém, que a realidade mudou e que embates radicais estão fadados ao fracasso.

Na época do Império Romano, o general César ou os imperadores subsequentes não estavam preocupados com o que se passava na Gália. Seus exércitos vitoriosos exerciam uma superioridade inconteste. Era mais sensato negociar com eles do que enfrentá-los. Se uma Gália moderna achar que pode deixar de honrar contratos, burlar a democracia, fazer os outros de bobos, mudando seu discurso a cada dia ou cada mês, sua política se tornará imediatamente inexequível.

Contudo, se, mesmo assim, esse povo decidir eleger um Asterix, convém lembrar que foi perdida para sempre a fórmula da poção mágica e suas últimas gotas se evaporaram no tempo.

Escreva uma carta, dirigida ao Editor do jornal, para ser publicada. Após identificar a tese central do texto de Rosenfield,

a) caso concorde com o ponto de vista do autor, apresente outros argumentos e fatos que o reforcem;
b) caso discorde do ponto de vista do autor, apresente argumentos e fatos que o contradigam.

Para realizar essa tarefa, além do texto anterior, considere também os que se seguem:
Ao assinar a carta, use iniciais apenas, de forma a não se identificar.

1) Ao ver um cordeiro à beira do riacho, o lobo quis devorá-lo. Mas precisava de uma boa razão. Apesar de estar na parte superior do rio, acusou-o de sujar a água. O cordeiro se defendeu:
– Como eu iria sujar a água, se ela está vindo daí de cima, onde tu estás?
– Sim, mas no ano passado insultaste meu pai, replicou o lobo.
– No ano passado, eu nem era nascido...
Mas o lobo não se calou:
– Podes defender-te quanto quiseres, que não deixarei de te devorar.

(Adaptado de Esopo, Fábulas. Porto Alegre, LP&M.).

2) Então saiu do arraial dos filisteus um homem guerreiro, cujo nome era Golias, de Gate, da altura de seis côvados e um palmo. (...) Todos os israelitas, vendo aquele homem, fugiam diante dele (...). Davi disse a Saul: “... teu servo irá, e pelejará contra ele”. (...) Davi meteu a mão no alforje, e tomou dali uma pedra e com a funda lha atirou, e feriu o filisteu na testa, e ele caiu com o rosto em terra. E assim prevaleceu Davi contra Golias, com uma funda e uma pedra.

(Adaptado de I Samuel, 17, 4-50.)

3) Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado.

(Karl Marx, O 18 Brumário de Luís Bonaparte... Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1977).

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