Victor Rosa: "Parece que o clipe da Beyoncé foi feito para a Redação (da FUVEST 2019)."

O Redação e Dialoga teve uma conversa descontraída com Victor Rosa, aluno que passou na MEDICINA USP - FMUSP - com uma redação usando um vídeo clipe da Beyoncé, no LINK: (https://www.youtube.com/watch?v=kbMqWXnpXcA).




Na nossa entrevista, Victor deu dicas de textos e de como fez a relação com o clipe de Beyoncé e o tema da FUVEST de 2019: "De que maneira o passado contribui para a compreensão do presente?"

Victor foi aluno do Redação e Dialogia, teve aulas online com a gente, e sempre demonstrou uma sensibilidade e inteligência acima do comum. Aluno dedicado, leitor contumaz, falou da importância de Machado de Assis e de Nietzsche. Além de acreditar que, em Medicina, a cura vem
também pelo diálogo, pela escuta, pela dialogia. Falou que também dá aulas online, pois gosta de ajudar as pessoas, do jeito que pode dentro de sua rotina de estudos na USP.


PERGUNTA: Redação e Dialogia:
Victor, mesmo depois de ter feito uma graduação na USP, em Engenharia da Computação, você escolheu fazer Medicina na Pinheiros. Por quê você decidiu por Medicina?

RESPOSTA: Victor Rosa:
Acho que foi uma conjuntura de coisas,  tanto no quesito desafios mas ao mesmos tempo uma nova proposta para minha vida, pois ao mesmo tempo que eu goste da computação, medicina me dava mais perspectivas de meu interesse. Em relação a pessoas, ao diálogo, eram coisas que eu tinha um certo fascínio. 


PERGUNTA. Então seu grande desafio é procurar entender o Outro, pelo jeito? Então, você gosta muito de Literatura? Você é mais ligado em Artes, Literatura, Cinema, Música?

RESPOSTA.  Gosto muito. Literatura e Cinema, são os principais.

PERGUNTA. Quais os autores que você mais gosta? Faz uma lista para gente do que não se pode deixar de ler em vida?

RESPOSTA. Difícil, depende do humor, depende do dia. Machado (de Assis). Obviamente. "Memórias Póstumas de Brás Cubas" é um livro ímpar. O conto o "Espelho" do Machado é maravilhoso! Interesso-me muito pela questão da psiquiatria e psicanálise, talvez por isso eu tenha escolhido Medicina.

PERGUNTA. Fato. Tudo muito próximo, Machado de Assis antecipou Freud (Psicanalista austríaco em, pelo menos, 20 anos). E quais outros autores, não podemos deixar de ler? Faz uma lista com quatro (4) ou cinco (5)?

RESPOSTA. Agora vamos para outra Literatura. Tolstoi. Dostoiévski. Nabokov. Jane Austen. Nietzsche...

PERGUNTA. Então, você considera Nietzsche um literato, e não um filósofo?

RESPOSTA. Eu considero. Sim. Nietzsche ao mesmo tempo que é um filósofo, ele é um poeta. Não sei. Ele é sucinto. É um poeta. É isso. Não sei explicar. Pela questão do ensaio que ele faz. É ele, né?! Nietzsche é Nietzsche. Ele é ele. 

PERGUNTA. É ele. Fato. Nietzsche é muito autêntico. E vimos esta autenticidade também no seu texto, ou algo semelhante. Para você, qual a relação com arte, Literatura, e medicina?

RESPOSTA. Eu acredito, que meu interesse em arte, que minha relação com arte é anterior até a Medicina. Era eu (arte), como eu me definia. Por que não unir as duas coisas? As duas coisas têm uma coisa ali: que é um cerne, um ser humano, um indivíduo. Eu ligo bastante as duas áreas e, na Pinheiros (FMUSP) mesmo, a gente tem bastante coisas neste sentido, tem optativas e professores maravilhosos que ligam a Arte com Humanidades e com a Medicina, que faz total sentido para mim e para muita gente lá...

PERGUNTA. E Música? Você escolheu um clipe da Beyoncé, diante um tema da FUVEST que era: "De que maneira a passado contribui para a compreensão do presente?" Como você fez a relação do clipe, que se passa no Museu do Louvre, com o tema da FUVEST?



RESPOSTA. Sim. Quando eu vi o tema, vi a relação com o museu até explícita, pois eles colocaram o caso do Museu Nacional do Rio de Janeiro (Setembro de 2018), e, ao mesmo tempo me veio, a primeira coisa que me veia à cabeça foi a relação imagética com este clipe (da Beyoncé), que é muito forte a mensagem, não só a música, mas o clipe é muito emblemático. Muito forte neste sentido, me passa muita mensagem e eu não tinha como não usar o clipe. Tentei encaixar ele no texto em vários formatos até que achei um jeito. Até parece que clipe foi feito para a redação, impressionante! (brinca entre risos).

PERGUNTA. Quem fez essa relação do tema da FUVEST com o clipe foi você. O Clipe nem sabia da FUVEST. E esta relação que você fez tem uma coisa bem difícil: como você construiu sua redação, a estrutura dele, o modo como você construiu o seu texto?

RESPOSTA. Levei em consideração que não é todo mundo que viu o clipe, que os corretores poderiam não ter visto o clipe. Por isso, descrevi o clipe no primeiro parágrafo e fui fazendo relação, amarrando o texto, com detalhes do clipe e exemplos reais. A relação com museus, passado, Museu Nacional, a escultura que fala do apagamento a cultura, da negritude, da história, na escultura "Amnésia", de Flávio Cerqueira, que estava na coletânea. Usei de diálogo e muito de ser generoso com o leitor do texto, explicando o clipe e fazendo a relação ao longo do texto.

PERGUNTA. Na primeira parte você descreve o clipe. Começa descrevendo para o leitor. Depois você vai para a História, na segunda parte do texto, no Desenvolvimento. Mas você vai sempre fazendo a "volta", a "amarração", a coesão do texto com o tema, com o clipe, com a história, com a realidade. Como você conquistou esta segurança?

RESPOSTA. Eu vi textos bem quadrados, bem técnicos. Mas eu queria escrever o meu texto. Eu tinha minha estrutura, tinha estudado, mas ao mesmo tempo eu tinha meu estilo que eu queria seguir. Eu fiquei bem seguro a partir das aulas com o Redação e Dialogia, e eu tinha meu estilo, queria entrar com ele. E não queria um texto quadrado, mas queria fazer meu texto, e acho que consegui...

PERGUNTA. É, Victor! Digamos que você está na Pinheiros e com um texto muito acima da média, com nota 8,5, em um vestibular em que os concorrentes são muito bons em todas as matérias (média ponderada de 9,0 pontos de 10,0 possíveis). E ainda mais em um ano em que ninguém da Pinheiros tirou nota máxima. A nota mais alta foi 9,4 ou 9,6. E parece que você gosta muito de estudar e de exatas? Você dá aulas também?

RESPOSTA. Adoro Exatas. Mas adora Artes e Humanidades também. Para mim tudo é o humano. E agora quero ajudar as pessoas, estudar junto, e também poder pagar meus estudos dando aulas.

PERGUNTA. Você dá aulas particulares? Online ou presencial?

RESPOSTA. Dou aulas online, mas dou aulas particulares também. E o público é bem diverso, muito querem Pinheiros, mas também tem gente que quer outros cursos. E eu gosto de trabalhar com aulas (Matemática, Bilogia, Física, Química).

PERGUNTA. Vemos, então, que sua carreira, além de Médico, de Psiquiatra, de pesquisador, será de professor?

RESPOSTA. Acho que sim. 



***
Victor Rosa foi entrevistado por Fabrício César de Oliveira - professor e doutor em Linguística e Filosofia da Linguagem, ex-coordenador do Poliedro, em São Paulo, São José dos Campos e Campinas e do Colégio Ser! Sorocaba, foi professor no Colégio ETAPA, em São Paulo e IFSP - Instituto Federal de São Paulo - para o Redação e Dialogia.
  

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