TEMA ENEM - A Água Virtual e As Responsabilidades Ecológicas do Humano do Século XXI

                                   

Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema:  A Água Virtual e As Responsabilidades Ecológicas do Humano do Século XXI.  Apresentando proposta de conscientização social e intervenção estatal que respeitem os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.






TEXTO 1)
água, no Brasil, ainda é um recurso natural abundante. Talvez por isso nós sejamos pouco conscientes desse privilégio, o que provoca um grave problema: o desperdício. Em 1993, o cientista Tony Allan cunhou a expressão água virtual para expor a importância sobre um assunto que envolve várias áreas do saber (meio ambiente, engenharia de alimentos, engenharia de produção agrícola, comércio internacional e todas relacionadas com a água) e interfere diretamente na nossa vida.
Você tem ideia do quanto você gasta de água diariamente? A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que 110 litros são suficientes para atender às necessidades de uma pessoa em 24 horas. Desses 110 litros, um banho de apenas cinco minutos consome cerca de 60 litros de água. Mas essa estimativa da ONU não considera o importante conceito da água virtual.

O que é água virtual?

Água virtual diz respeito à quantidade de água gasta para produzir um bem, produto ou serviço, de acordo com a Sabesp. Esse valor vem embutido nos produtos que utilizam água na sua produção, não apenas fisicamente como também virtualmente. Dificilmente, um produto é produzido sem água, mesmo que indiretamente, já que ela está presente na cadeia produtiva.
egundo a UNESCO, o comércio global movimenta, anualmente, um volume de água virtual de 1.000 a 1.340 km³, destinados a:
  • 67 % relacionados com o comércio de produtos agrícolas;
  • 23 % relacionados com o comércio produtos animais;
  • 10 % relacionados com produtos industriais.
Atualmente, já existe uma rota com os fluxos de água virtual no planeta. O Brasil ocupa a 10ª colocação como exportador de água virtual, conforme informa a Sabesp.

[https://www.greenme.com.br/consumir/consumo-consciente/5042-agua-virtual]






TEXTO 2)
Para se ter uma idéia maior do estrago, cada habitante da China consome cerca de 700 m³ de água por ano e apenas 7% desse valor vem de fora do país. No Japão, ao contrário, 65% dos 1150 metros cúbicos de água consumida por pessoa, em um ano, são provenientes de outros países. Nos Estados Unidos, o consumo por habitante é proporcional aos excessivos hábitos dos americanos: 2500 m³ em um ano.
[https://super.abril.com.br/blog/planeta/me-ve-16-mil-litros-de-agua/]

TEXTO 3)



Um mergulho mais fundo nos negócios da água 
Por Joel Makower 
Um deles, "água virtual", ganhou notoriedade quando seu mais importante patrocinador, professor John Anthony Allan, do King's College London e School of Oriental and African Studies, recebeu o 2008 Stockholm Water Prize Allan cunhou o termo em 1993 para se referir à quantidade de água embutida na produção e comércio de alimentos e produtos de consumo. Uma xícara de café, por exemplo, tem 140 litros (cerca de 37 galões) de água virtual, quando se considera a quantidade de água usada para cultivar, produzir, empacotar e enviar os grãos. Um hambúrguer contém 2400 litros (634 galões) de água virtual. (Prêmio Estocolmo para Água, 2008). 

O conceito de água virtual (também conhecido como "água embutida" ou "incorporada") representa mais do que interesse acadêmico. Enquanto as preocupações com água inundam um crescente número de regiões, a água embutida de produtos comuns oferece um entendimento útil sobre como os recursos de água são impactados pelo comércio no mundo. Por exemplo, explica como e o porquê países como os EUA, Argentina, e Brasil "exportam" bilhões de galões de água todos os anos - na forma de, digamos, trigo e carne com intensa quantidade de água - enquanto outros como o Japão, Egito e Itália "importam" bilhões.

O conceito também poderia ser útil na política nacional de agricultura, tanto quanto a "energia embutida" tem ajudado políticos a entenderem que o cultivo e o processamento de milho para produzir biocombustíveis pode exigir uma quantidade maior e significativa de energia do que dar lucros (não que esse conhecimento tenha dissuadido políticos de apoiarem biocombustíveis com quantidade intensa de energia, claro). Além disso, ela pode se tornar um fator no preço de muita matéria-prima, caso os impostos sobre carbono ou sistemas de comércio iluminem produtos com quantidade intensa de energia e carbono, tais como o alumínio, vidro e plástico.

Há outras implicações. Os cálculos de água virtual, sem dúvida, levarão empresas, pessoas e outros a calcularem suas pegadas de água (water footprint), a medida completa de água embutida nos produtos que compram e atividades que fazem. E isso pode acelerar o interesse no que Peter Gleick, sócio fundador e presidente do Pacific Institute, chama de "caminho suave", uma abordagem muito mais integrada e sofisticada da água, nas quais diferentes tipos - potável, cinza, marrom etc. - são usados da melhor maneira, ao invés de usar água potável - que é da melhor qualidade, para lavar banheiros, regar o gramado etc.

Numa entrevista, Gleick disse que as empresas compreendiam muito pouco sobre a água embutida em seus sistemas.

Há muito pouco entendimento ou conexões de valia entre os negócios de água. Cada setor usa a água de um jeito ou de outro. Alguns usam muita, outros nem tanto, mas para muitos negócios, a água representa um componente surpreendentemente grande na produção, tanto indireta quanto diretamente, na cadeia de fornecimento. Então, por exemplo, o setor de bebidas pode usar de 3 a 4 galões de água para produzir 1 galão de refrigerante, cerveja ou leite, mas, geralmente, é uma quantidade de água mil vezes maior usada na primeira parte do processo, talvez para cultivar o açúcar que vai no refrigerante. Da mesma forma, na indústria têxtil, é necessário água para fabricar o tecido, mas precisa de muito mais água para cultivar a fibra.

Testemunhamos cada vez mais exemplos em que, se as empresas não dão a devida atenção à água que é usada em sua produção, acabam recebendo surpresas desagradáveis, tais como: Quando uma comunidade local protesta contra o uso de sua água e acontece uma seca que afeta o fornecimento, ou quando tem um problema de contaminação da água que resulta na cassação da licença de funcionamento.

E Gleick continua: "Acho que o risco para as empresas é maior em alguns aspectos da água do que em relação à energia. A energia tem substituições. Pode-se substituir o petróleo ou eletricidade por biocombustíveis ou energias renováveis. A água não dá para substituir."

A Coca-Cola sabe disso. E, por anos, tem entrado em conflito com ativistas, comunidades, entre outros, por causa do uso que faz da água - que, claro, é ingrediente fundamental de todas as suas bebidas. Em anos recentes, uma série de inovações antecipou a necessidade de uma estratégia mais abrangente da água no mundo. No final dos anos 90, começaram a adquirir marcas de água - sendo sua principal marca nos EUA a Dasani. Em 2002, a empresa enfrentou protestos na Índia devido ao alongamento de recursos de água subterrânea pela empresa. Um ano depois, passou a se referir à qualidade e quantidade de água como um material de risco para seus negócios em seu U.S. Securities and Exchange Commission Form 10-K (Formulário 10-K da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) para investidores.

Em reação, a Coca-Cola "desenvolveu e continua a melhorar um dos mais sofisticados programas de gestão responsável de água no setor privado", de acordo com um novo relatório da Business for Social Responsibility .. "A partir de março de 2008, nenhuma outra organização se comprometeu publicamente a alcançar a "neutralização da água" por todas as operações que se estendem por mais de 100 bacias subterrâneas no mundo todo."

A neutralização da água é uma idéia atraente na era dos compromissos com a neutralização do carbono e desperdício zero. Mas o recurso é um pouco diferente do carbono e resíduos: () Há uma quantidade finita de água, o que não acontece com os outros dois, e.  não há maneiras conhecidas de substituí-la. Além disso, como a BSR ressalta:

No que se refere à água, a verdadeira sustentabilidade envolve mais do que a "neutralização" do volume de água usada [pela Coca-Cola]. O motivo é que as flutuações na quantidade e qualidade de água disponível destinada a uma comunidade ou ecossistema têm um importante papel na sustentação da diversidade e no funcionamento adequado dos ecossistemas e bacias dos rios.

A Coca-Cola anunciou suas metas para neutralização da água. A empresa se comprometeu a "estabelecer metas de uso eficiente de água para suas operações mundiais até 2008, a fim de tornar-se a mais competente  entre as empresas do mesmo setor", e prometeu que, até 2010, devolverá  toda a água usada nos processos de fabricação ao meio-ambiente, num nível que garanta a vida aquática e a agricultura."

A Coca-Cola planejou seu trabalho para alcançar tudo isso. O relatório da BSR aponta que, no ano passado, seis organizações - Twente University, WWF, Coca-Cola, World Business Council for Sustainable Development, Water Neutral/Emvelo Group e a UNESCO-IHE - juntaram-se para investigar os benefícios da neutralização da água como um importante marco. Os grupos criaram critérios para legitimar o uso do termo:

1.     Definição, medição e divulgação das "pegadas de água";
2.     Realizadas todas as ações que sejam "razoavelmente possíveis" para reduzir as pegadas de água existentes em operações;
3.     Harmonização das pegadas de água com resíduo (quantidade remanescente, após uma empresa fazer o possível para reduzir as pegadas), por meio de um "investimento razoável" ao estabelecimento e a projetos que priorizem o uso sustentável e igualitário da água.
4.       Isso envolve mais do que alguns assuntos sentimentais - É preciso "começar," por exemplo:

Definir investimentos razoavelmente possíveis. (). Por enquanto, espero, a barreira crescerá.

Isso pode funcionar? Será que a "água neutra" vai se tornar o próximo "Grande Projeto" no campo corporativo da eficiência dos recursos? Será que fará diferença em termos reais? É uma idéia em seu nascedouro, portanto ainda tem de ser vista. Porém, a tendência crescente das crises contínuas da água sugere que mais e mais empresas aprenderão sobre a "água virtual" e a "água neutra".
Nesse momento, acho que apenas algumas empresas - aquelas cujos produtos e reputação estão mais ligadas a recursos preciosos - estarão dispostas a mergulhar de cabeça.

E quanto uma pessoa consome de água virtual?

Considerando-se uma dieta básica com carne, podemos considerar que uma pessoa consome cerca de 4.000 litros de água virtual por dia. A dieta vegetariana requer em torno de 1.500 litros. Um simples café da manhã, chega a representar o consumo de 800 litros de água virtual!  

[http://ivege.no.comunidades.net/agua-virtual]




TEXTO 4)

Agora nosso mundo está prestes a ingressar em outra era geológica. Alguns cientistas, porém, acreditam que a interferência do Homem no meio ambiente está antecipando este processo. A ação devastadora do ser humano, semelhante à do próprio motor que move a Natureza, está comprimindo e sufocando o Planeta. Estes estudiosos batizaram a nova Era como Antropoceno.

O cientista holandês Paul J. Crutzen, Nobel de Química de 1995, criou este conceito. Impressionado com a intensidade da moderna escala de destruição do meio ambiente, concebeu a possibilidade desta era geológica, na qual o extermínio do ecossistema, desencadeado pela ação irracional do Homem, se torna cada vez mais frequente.

Esta prática vem se generalizando nos últimos 300 anos. O ser humano vem se atirando com ímpeto contra a Natureza, beneficiando-se dos frutos de sua pilhagem e direcionando a maior parte dos produtos extraídos do meio-ambiente para seu consumo predador. Lucro é tudo que a Humanidade visa. Isso vem se acelerando desde a eclosão da Revolução Industrial.

Desta forma a era Cenozóica vai chegando ao fim, com a destruição iminente perpetrada pelo ser humano. Segundo o biólogo E. Wilson, o Homem é o primeiro ser na trajetória do Planeta a se transformar em uma arma geofísica destrutiva. Graças ao ser humano a proporção de eliminação das espécies é 50 vezes maior que a provocada antes de sua interferência na Terra. E este valor tende a crescer à medida que se incrementa o consumo humano.

[http://www.infoescola.com/geologia/antropoceno-2/]





TEXTO 5)
O antropoceno é um conceito novo, proposto pela primeira vez pelo químico holandês Paul Crutzen. Especialista em química atmosférica – ele ganhou o Nobel em 1995 pelos seus estudos sobre a camada de ozônio –, Crutzen estava familiarizado com a forma como a atividade humana estava mudando a composição da atmosfera. Ao lançar fumaça de automóveis, chaminés e queimadas, a humanidade mudou a composição do carbono na atmosfera, provocando um aumento de temperatura de 1ºC, o derretimento das geleiras e o aumento do nível do mar em, até o momento, 20 centímetros. Isso sem falar em como a humanidade alterou fisicamente o planeta, com concreto e aço. Um exemplo claro são os rios: nas últimas décadas, transformamos os cursos de rios de todas as bacias hidrográficas do mundo construindo 40 mil barragens. Se os reservatórios de todas essas barragens fossem colocados lado a lado, teríamos uma área alagada equivalente ao Estado da Bahia.


[http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/blog-do-planeta/noticia/2015/12/o-que-e-o-antropoceno-epoca-em-que-os-humanos-tomam-controle-do-planeta.html]

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