Quais as Implicações Éticas da Velhice e do Aumento da Expectativa de Vida no Capitalismo Contemporâneo?


TEXTO 1.
“A Juventude é a época de estudar a sabedoria; a velhice é a época de praticá-la” – Jean-Jacques Rousseau.



TEXTO 2.
Solitárias, idosas japonesas fazem pequenos furtos para ir morar na cadeia
Do UOL, em São Paulo 21/03/2018 - 07h41 - Ko Sasaki/The New York Times.


Idosas japonesas estão indo parar na prisão propositalmente por se sentirem sozinhas ou "invisíveis" em casa. Segundo reportagem da "Bloomberg Businessweek", uma em cada cinco presas nas cadeias japonesas está na terceira idade.

Os crimes cometidos pelas idosas são pequenos. Nove em cada dez velhinhas foram condenadas por furto. Um dos motivos que leva as japonesas a serem presas é o fato de que o cuidado com os idosos é responsabilidade da família ou da comunidade. O número de pessoas na terceira idade que vivem sem ninguém tem aumentado e já chega a 6 milhões de pessoas no país.

O Japão tem a população mais velha do mundo, com 27,3% dos habitantes com 65 anos ou mais. De acordo com uma pesquisa realizada pelo governo de Tóquio em 2017, mais da metade dos idosos pegos furtando vivem sozinhos. Desses, 40% não têm família ou raramente conversam com seus parentes.

Mesmo quem tem onde morar se sente invisível em casa, onde não conversam com ninguém e se consideram como um peso para os familiares. Além disso, as mulheres idosas sofrem com a falta de dinheiro. Quase a metade dos japoneses com 65 anos ou mais que vive sozinho está em situação de pobreza em comparação com o restante da população.

"Meu marido morreu no ano passado. Não temos filhos e eu fiquei sozinha. Fui ao mercado comprar verduras e vi um pacote de carne. Eu fiquei com vontade, mas achei que pesaria no meu orçamento. Por isso, furtei", contou à "Bloomberg Businessweek" uma idosa presa.

Uma outra idosa, de 80 anos, que foi presa quatro vezes por furto e condenada a dois anos e meio de cadeia, afirmou que era muito difícil cuidar do marido doente. Sem vontade de voltar para casa, resolveu furtar e ir presa.

“Minha vida é mais fácil na prisão. Posso ser eu mesma e respirar, pelo menos temporariamente. Meu filho me diz que estou doente e deveria ser internada em uma instituição para quem tem problemas mentais. Mas não me acho doente. Acho que minha ansiedade me fez começar a furtar"

Idosa japonesa de 80 anos

Outra velhinha, de 79 anos, foi pega três vezes por furtar alimentos e condenada a um ano e cinco meses de prisão. Ela conta que se sente muito bem atrás das grades.

“A prisão é um oásis para mim. É um lugar para relaxar e me sentir confortável. Não tenho liberdade aqui, mas também não tenho com o que me preocupar. Tenho muitas pessoas para conversar. Eles me dão uma alimentação nutritiva três vezes por dia."

Idosa japonesa de 79 anos

O problema para o governo é que o custo para manter essas idosas presas está aumentando. De 1995 para 2015, o gasto com custos médicos nas cadeias subiu 80%. As autoridades também se veem obrigadas a contratar funcionários especializados para cuidar das presas mais velhas que precisam de ajuda para tomar banho e ir ao banheiro.

Durante a noite, as agentes penitenciárias ficam responsáveis por essas tarefas, o que transforma as prisões em uma espécie de asilo.

A promotoria japonesa vem trabalhando junto com o governo para assegurar cuidados especiais para essas idosas e evitar que elas cheguem, propositadamente, às prisões. 


TEXTO 3.  

TÓQUIO - O novo Gabinete de governo do Japão completou um mês há poucos dias e já volta às manchetes envolvido em polêmicas. No fim da segunda-feira, foi a vez do ministro das Finanças, Taro Aso, protagonizar uma declaração imprópria, após dizer que os idosos em estado terminal deviam “se apressar e morrer” para poupar gastos do governo com a saúde pública. O político, de 72 anos, também disse que recusaria qualquer tipo de tratamento médico para prolongar sua vida.

- Deus me livre de ser forçado a viver se quisesse morrer. Eu acordaria me sentindo cada vez mais pior sabendo que (o tratamento) foi todo pago pelo governo - disse ele, durante uma reunião do Conselho Nacional de Reformas da Segurança Social. - O problema não será resolvido, a não ser que você deixe que eles se apressem e morram.

Aso também afirmou que escreveu uma carta a sua família na qual rejeita qualquer procedimento caso necessite de aparelhos para manter-se vivo. Para completar, ele também descreveu pacientes idosos que não conseguem se alimentar sozinhos como “pessoas tubo” e alertou o ministro do Bem-Estar e Saúde, presente na reunião, que tal tratamento custava “dezenas de milhões de yenes” por mês para tratar um só paciente.

Depois de uma onda de críticas, o ministro tentou se retratar, afirmando que reconhecia que seus comentários foram “inapropriados” e que as declarações somente refletiam a sua opinião pessoal e não eram uma sugestão para o governo.

- Eu dei uma opinião pessoal. E não quis sugerir como o tratamento de doentes terminais deve ser. É importante que uma pessoa consiga passar os últimos dias de sua vida em paz - disse.

As declarações são um problema para o novo primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que foi obrigado a deixar o cargo em 2007 devido a declarações embaraçosas dos membros de sua equipe. No Japão, quase 25% dos 128 milhões de habitantes tem mais de 60 anos. O número cresce a 40% se considerados os cidadãos com mais 50 anos.

A expectativa de vida no Japão é a segunda maior do mundo, segundo dados divulgados pelo governo no fim de 2012. As japonesas vivem em média 86,7 anos, enquanto os homens vivem em torno de 79,44 anos.

Os idosos foram as principais vítimas do terremoto seguido da tsunami que assolou o país em março de 2011. De acordo com dados do órgão nacional de estatísticas, mais de 56% dos mortos tinham 65 anos ou mais, e quase 75% dos desaparecidos tinham mais de 60 anos.

Outras polêmicas envolvendo ministros japoneses

Não é a primeira vez que Aso faz comentários polêmicos. Em 2008, quando era primeiro-ministro, ele descreveu pensionistas como pessoas “senis” e que deveriam cuidar melhor de sua saúde. Em 2001, ele disse que queria ver “o Japão se tornar o tipo de país em que os mais ricos judeus gostariam de viver”.

No entanto, comentários embaraçosos não são exclusividade de Aso. Em 2010, o ministro da Justiça do Japão, Minoru Yanagida, anunciou sua renúncia após provocar uma onda de críticas por comentário em que afirmou que seu trabalho era fácil.
Três anos antes, em 2007, o ministro das Finanças do Japão, Shoichi Nakagawa, teve que fazer um pronunciamento público para negar que estava bêbado durante uma reunião do G7 na Itália.

[Por O Globo / Com agências internacionais. 22/01/2013 12:04 / Atualizado 22/01/2013 18:32]
Leia mais: 
https://oglobo.globo.com/mundo/ministro-japones-de-72-anos-diz-que-idosos-devem-se-apressar-morrer-7365724#ixzz5Ax0bskAq 

TEXTO 4.
“Não honrar a velhice é demolir, pela manhã, a casa que vamos dormir à noite” – Jean-Baptiste Alphonse Karr.
***

Escreva uma dissertação argumentativa, em prosa, sobre o tema: Quais as Implicações Éticas da Velhice e do Aumento da Expectativa de Vida no Capitalismo Contemporâneo? Dê título a seu texto.

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