TEMA FUVEST: Qual o papel da Educação?





TEXTO 1. “O núcleo do humanismo”, como diz
Edward Said (1) “é a noção secular de que o mundo histórico é feito por homens
e mulheres, e não por Deus, e que pode ser compreendido racionalmente. O
conhecimento histórico é baseado na capacidade do ser humano de criar
conhecimento, em oposição a absorvê-lo de forma passiva, embotada, conformista,
obscurantista”.

(1)
Edward Said: “Humanismo e crítica democrática”
(Companhia das Letras, trad. Rosaura Eichenberg).

TEXTO 2.  Os fungos que se espraiam sobre a superfície
nem sempre são visíveis, mas são devastadores. A imagem construída por Hannah
Arendt (1906-1975) é pertinente para os dias que correm no Brasil. A
“banalidade do mal”, exposta em Eichmann em Jerusalém (1963), é próxima das
pessoas e suas lógicas insensatas e cúmplices diante de uma catástrofe que se
anuncia. A sociedade brasileira, se vingar a proposta da “escola sem partido”,
será a própria expressão de estar entregue a pessoas comuns que em sua
mediocridade e superficialidade são capazes de causar males avassaladores. Em
torno do combate à suposta doutrinação praticada por professoras e professores
contra estudantes indefesos está o projeto capaz de destruir o presente e o
futuro da educação no país.

A comparação
entre Eichmann, um burocrata do nazismo, e o movimento da “escola sem partido”
pode parecer desproporcional ao associar experiências distintas historicamente.
Mas, como estratégia de pensamento e de formulação, há aproximações evidentes.
Em ambos, um procedimento comum: a destruição da pluralidade, da diversidade,
da vida política e a sedução das “pessoas de bem” que se apresentam sem nenhuma
carga de monstruosidade, mas são capazes de aniquilar as liberdades e as
diferenças que são premissas da tradição republicana e democrática.

Ao deturpar
regras, estimular o obscurantismo e ignorar as dinâmicas da realidade escolar –
complexa, contraditória, desigual e polifônica – o projeto em questão é
apresentado como uma salvaguarda da sociedade e dos bons costumes. Nada mais
falso. Ao expor professoras e professores como alvos a serem denunciados em
suas práticas pedagógicas, o movimento revela sua estratégia autoritária e
intimidatória que defende, na prática, a mordaça disfarçada por trás da
sedutora ideia de imparcialidade. Toda escola, como microcosmo da sociedade,
expressa um amplo espectro ideológico, pedagógico, político, didático,
científico, artístico e cultural.


https://www.unicamp.br/unicamp/ju/artigos/jose-alves-de-freitas-neto/obscurantismo-e-mordaca-na-educacao



TEXTO 3. “Muitos pensam que o fundamentalismo religioso é um contrassenso
diante da proposta da racionalidade tecnológica, técnica, científica do
neoliberalismo. O neoliberalismo é esse ponto de culminância da presença da
ciência e da técnica num mundo. E aparece, então, como um contrassenso que ele
traga, ele seja contemporâneo das várias formas de fundamentalismo religioso.
(...)

“Não tem nenhuma
contradição. Tudo que ele esvaziou na realidade, ao transformá-la em simulacro
de si mesma, ele repõe com a profundidade da esperança religiosa
(Obscurantismo). Do mesmo jeito. Nós estamos diante, do mesmo modo que a
judicialização da política não é um acidente, mas é constitutiva da
privatização, do fato de o Estado ser concebido como uma empresa, e da política
ser concebida como uma gestão empresarial, que você judicializa. (...)

“Da mesma
maneira, a partir do momento em que você totaliza o espaço, sem distância,
totaliza o tempo, sem memória e sem porvir. Totaliza o dentro, o fora, o corpo,
as imagens, tudo. Nessa trama que engole, de uma só vez o espírito de cada um,
onde você vai reencontrar o espírito? Nessa forma de religião”.

https://tutameia.jor.br/chaui-neoliberalismo-gera-odio-e-violencia/?fbclid=IwAR2BHk8Z7rd-Bhch455gvyc1cp2SJAFlpgQvr4MK1B6BgOosl-8e6tKydy8


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sobre: Entre o Humanismo e o Obscurantismo: qual o papel da Educação?

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