Ativistas presos... mas só julgam 10% dos assassinatos

Quem depredou, espancou ou até matou durante manifestações -como fizeram com o cinegrafista Santiago Andrade - tem que ser processado e pagar pelo que fez.
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No Rio de Janeiro, 23 são acusados de envolvimento em violência durante manifestações. Em São Paulo, só do Movimento Passe Livre, 22 ativistas estão sendo investigados. 
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Nesta quarta, 23, a justiça de São Paulo aceitou denúncia contra os já presos Fábio Hideki Harano e Rafael Lusvarghi, agora réus no processo. Ambos não são do Passe Livre. 
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Num Estado de Direito não se pode atropelar as leis. Em nome de causa alguma. E também não se pode atropelar o próprio Estado de Direito. 
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Prisões e avanço nos inquéritos se dão só agora, às vésperas das eleições. 
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No Rio, 5 dias depois de decretadas 23 prisões preventivas, o juiz Siro Darlan não havia julgado pedidos de habeas corpus por não ter tido acesso ao processo. Enfim teve, e concedeu liberdade provisória aos 23 nesta quarta-feira
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O que até aqui se conhece do processo no Rio de Janeiro são trechos vazados seletivamente. 
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O governador do Rio é "Pezão", vice e sucessor de Sergio Cabral. Cabral, aquele da farra dos guardanapos em Paris. Farra onde estava também Fernando Cavendish, dono da Construtora Delta. 
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A Delta, alvo da CPI que terminou num acordão em Brasília. Lá, e no Rio, ninguém pagou nada. Como, até agora, no caso do metrô de São Paulo.
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Não se trata de um crime justificar outros. Mas do Estado de Direito valer para todos. E da autoridade para julgar. Autoridade legal e moral do Estado. E dos estados. 
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Policiais morrem. Só em São Paulo, 58 PMs foram assassinados nesse ano. 
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Mas em São Paulo e pelo Brasil, policiais, agentes do Estado, matam em grupos de extermínio. Esquadrões da Morte.
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O Brasil tem a média de 50 mil homicídios/ano. E nem 10% dos assassinos são julgados até o final. Ou seja: em média, por exemplo, nem 5 mil julgados em 50 mil homicídios 
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O furor nas ruas tem a ver também com isso. E essa carnificina, impune, também atropela o Estado de Direito. 
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Sem investigar e exibir provas com clareza, sem o devido processo legal, o Estado - e tais estados- perdem a autoridade para julgar e condenar.