TEMA REDAÇÃO FUVEST - Racismo no Século XXI


Há muitas diferenças culturais entre Brasil e EUA (ou mesmo outras nações), porém há também muitas semelhanças. Uma delas parece ser o tratamento dado pela Sociedade em Geral aos Afrodescendentes.  Leia a Coletânea abaixo e escreva em Dissertação Argumentativa sobre o tema - Racismo no Século XXI, uma questão insuperável ou questão de educação e direitos?  













1) Strange Fruit é uma canção eternizada por Billie Holiday, em 1939, e depois por Nina Simone, em 1969, mas fora feita de um poema de um professor do ensino médio, Abeel Meeropol, negro e judeu, no Bronx - NY, em 1937, para retratar o enforcamento de dois negros americanos em uma festa no sul do país. Os dois haviam se recusada a servir aos convidados e foram enforcados na árvore no quintal da festa, com os presentes assistindo a cena. Strange Fruit (Estranho Fruto), não é portanto apenas uma canção é um grito de resistência.


2) Estranho Fruto  (Tradução)
As árvores do Sul estão carregadas com um estranho fruto,
Sangue nas folhas e sangue na raiz,
Um corpo negro balançando na brisa sulista
Um estranho fruto pendurado nos álamos.

Uma cena pastoral no galante Sul,
Os olhos esbugalhados e a boca torcida,
Perfume de magnólia doce e fresca,
Então o repentino cheiro de carne queimada!

Aqui está o fruto para os corvos arrancarem,
Para a chuva recolher, para o vento sugar,
Para o sol apodrecer, para as árvores fazer cair,
Aqui está uma estranha e amarga colheita.




3) #BLACKLIVESMATTER

O movimento “Vidas Negras Importam” (Black Lives Matter*) começou com uma hashtag depois que um tribunal na Flórida em 2013 absolveu o assassino de Trayvon Martin, jovem afro-americano. Inicialmente com um foco em como os policiais tratam as minorias raciais, o movimento cresceu e adquiriu um âmbito internacional. As divisões locais escolhem suas próprias prioridades, que incluem questões relacionadas a gênero, identidade e desigualdade social. Nas últimas semanas o movimento vem crescendo, pois mais jovens negros foram assassinados (em vídeos) por policiais brancos.






4) Nasci e cresci no Complexo do Lins, conjunto de favelas na Zona Norte do Rio de Janeiro. Hoje, aos 22 anos, me sinto uma privilegiada. Por esforço dos meus pais ─ ele, bombeiro, ela telefonista ─ consegui ter acesso ao estudo e foi por causa deles que hoje faço Medicina.
É até engraçado falar em privilégio nas minhas circunstâncias. Mas não são todas as pessoas daqui que têm um sonho e podem concretizá-lo. Sou uma exceção à regra. Fala-se em meritocracia, mas ela é inexistente a partir do momento que nem todo mundo tem as mesmas oportunidades.
Com exceção do primário, sempre estudei em colégio particular. Ganhava bolsas parciais e meus pais se esforçavam para pagar o resto. Quando fiz curso pré-vestibular, a mensalidade era de R$ 2 mil. Nunca teria esse dinheiro. Mas conviver com essas duas realidades completamente diferentes me permitiu ter maior senso crítico. Conto nos dedos das mãos, por exemplo, os amigos que frequentavam minha casa durante a escola.
É desafiador ser negro e morar em uma favela no Brasil. Vivo um preconceito duplo. Vez ou outra, sou seguida por seguranças em lojas."

[Mirna Moreira, Estudante de Medicina da UERJ, Universidade Estadual do Rio de Janeiro] 


6) Raças Humanas não existem como entidades biológicas, diz Geneticista ao Canal UOL, 05/02/2013.

"Se é inegável concluir que o racismo ainda existe – e tem força – a ideia de que a espécie humana pode ser dividia em raças está cada vez mais obsoleta.
Desde o final da Segunda Guerra Mundial, depois do nazismo, começaram a ser promovidos estudos que discutiam a ideia de raça na biologia e nas ciências sociais.
A inexistência das raças biológicas ganhou força com as recentes pesquisas genéticas.  Os geneticistas descobriram que a constituição genética de todos os indivíduos é semelhante o suficiente para que a pequena porcentagem de genes que se distinguem (que inclui a aparência física, a cor da pele etc) não justifique a classificação da sociedade em raças. Essa pequena quantidade de genes diferentes está geralmente ligados à adaptação do indivíduo aos diferentes meio ambientes."
7) Em 2012, 56.000 pessoas foram assassinadas no Brasil. Destas, 30.000 são jovens entre 15 a 29 anos e, desse total, 77% são negros. A maioria dos homicídios é praticado por armas de fogo, e menos de 8% dos casos chegam a ser julgados.
Apesar dos altíssimos índices de homicídio de jovens negros, o tema é em geral tratado com indiferença na agenda pública nacional. As consequências do preconceito e dos estereótipos negativos associados a estes jovens e aos territórios das favelas e das periferias devem ser amplamente debatidas e repudiadas.  [Anistia Internacional]




8) Um julho comemora-se a Semana Nelson Mandela, com data em 18 de Julho, como comemorativa ao aniversário de um dos líderes mundiais a lutar contra o Racismo. Ficou preso 27 anos, mas saiu para lutar  contra o Apartheid sul-africano e se tornou o primeiro presidente negro eleito democraticamente em 1994. A frase abaixo traduz sua luta.  




 9) Serena Williams, maior vencedora de tênis no mundo, recita um poema de Maya Angelou.

"Você pode me riscar da História
Com mentiras lançadas ao ar.
Pode me jogar contra o chão de terra,...
Mas ainda assim, como a poeira, eu vou me levantar.
[...]


Pode me atirar palavras afiadas,
Dilacerar-me com seu olhar,
Você pode me matar em nome do ódio,
Mas, ainda assim, como o ar, eu vou me levantar.
[...]
Da favela, da humilhação imposta pela cor
Eu me levanto
De um passado enraizado na dor
Eu me levanto
Sou um oceano negro, profundo na fé,
Crescendo e expandindo-se como a maré.

Deixando para trás noites de terror e atrocidade
Eu me levanto
Em direção a um novo dia de intensa claridade
Eu me levanto
Trazendo comigo o dom de meus antepassados,
Eu carrego o sonho e a esperança do homem escravizado.
E assim, eu me levanto
Eu me levanto
Eu me levanto."

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