Proposta ENEM: GENTRIFICAÇÃO

ENEM

Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: A Gentrificação da Sociedade Brasileira: quais os dilemas e soluções?  Apresentando proposta de conscientização social e intervenção estatal que respeitem os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.


TEMA:
A Gentrificação da Sociedade Brasileira: quais os dilemas e soluções?




TEXTO 1.
“Gen-tri-fi-ca-ção. Vem de gentry, uma expressão inglesa que designa pessoas ricas, ligadas à nobreza. O termo surgiu nos anos 60, em Londres, quando vários gentriers migraram para um bairro que, até então, abrigava a classe trabalhadora. Este movimento disparou o preço imobiliário do lugar, acabando por “expulsar” os antigos moradores para acomodar confortavelmente os novos donos do pedaço. O evento foi chamado de gentrification, que numa tradução literal, poderia ser entendida como o processo de enobrecimento, aburguesamento ou elitização de uma área… Mas nós preferimos ficar com o aportuguesamento do termo original.”

[http://www.geledes.org.br/o-que-e-gentrificacao-e-por-que-voce-deveria-se-preocupar-com-isso/#gs.=E1lJcU]




TEXTO 2.

“Entende-se por gentrificação o processo de revitalização dos espaços urbanos ou a aparente substituição de paisagens de caráter popular por construções típicas de áreas nobres. Trata-se de um processo em que o espaço geográfico urbano transforma-se e ressignifica-se, sobretudo em função da valorização acentuada e do enobrecimento de uma área antes considerada periférica.

No entanto, é importante considerar que a transformação desses espaços não representa necessariamente uma mudança no padrão de vida da sociedade, haja vista que a população mais pobre, ao emigrar dessas regiões, passa a habitar outras localidades, geralmente ainda mais periferizadas. Essa ocorrência é chamada de segregação urbana.
Um exemplo nítido do processo de gentrificação do rio é a favela do Vidigal, no Rio de Janeiro. Historicamente formada a partir de invasões, constituída por barrados amontoados e sem estrutura, esse local vai aos poucos transformando-se, recebendo novas casas de luxo formadas por pessoas ricas que buscam a área visando à bela visão do alto do morro. Com isso, o Vidigal vai conhecendo uma cada vez maior valorização de seus espaços, com a substituição do perfil de moradores e, consequentemente, das estruturas que os cercam.

Nem sempre o processo de gentrificação é um fenômeno econômico sem relação com as ações públicas, às vezes é o próprio Estado quem comanda ou interfere no processo. Na África do Sul, durante a Copa, algumas populações foram removidas e deslocadas para moradias populares, e seus lares pobres foram substituídos por outras construções. Na Copa do Mundo de 2014, a região da zona leste de São Paulo viu uma ressignificação de suas áreas após a construção do estádio de futebol utilizado pela cidade durante o megaevento, com a consequente valorização abrupta do valor do solo.”
[http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/geografia-humana/geografia-urbana.htm]



TEXTO 3.
“Quem consegue resistir em áreas que ainda não foram prejudicadas pelo enobrecimento excludente faz questão de alardear sua opção. "Esta casa não está à venda nem estará! Abaixo a verticalização da Pompeia", diz a faixa que a publicitária Jennifer Monteiro colocou em frente à sua propriedade, na zona oeste de São Paulo. "Pode me dar o valor que for. Não vou vender. Nem que eu fique igual ao velhinho do filme 'Up - Altas Aventuras'", diz ela, referindo-se à animação da Pixar sobre um homem que se recusa a vender sua residência para uma empreiteira e fica ilhado em meio às obras.”
[https://tab.uol.com.br/gentrificacao/]



TEXTO 4.
“A gentrificação é o mal urbano da nossa era. É a questão mais premente hoje quando falamos em habitação e urbanismo”, diz o urbanista Alan Ehrenhalt, autor de The Great Inversion and the Future of the American City (A grande inversão e o futuro da cidade americana), lançado no início do ano. Ehrenhalt estuda como as cidades vivem esse fenômeno urbano cada vez mais forte. Em inglês arcaico, "gentry" significa "de origem nobre". Isso já dá uma ideia do que gentrificação expressa. Ela acontece quando um bairro ou uma região tem sua dinâmica alterada pela chegada de novos comércios ou empreendimentos imobiliários que trazem consigo a valorização do local e afetam a população que vive ali, que precisa de mais dinheiro para continuar morando onde sempre morou, o que nem sempre é possível.
 
O resultado é a migração dessas pessoas para outras áreas e o fechamento dos comércios menores que resistiam por anos. Não há grande cidade que não tenha passado por um processo gentrificador em alguma região. Apesar de não ser fenômeno novo (bairros como a Vila Madalena, em São Paulo, ou o Soho, em Londres, são bons exemplos), ele se tornou mais urgente com aceleração da economia global.

Muitas vezes o processo é confundido com uma revitalização urbana, principalmente quando acontece de forma velada, gradativa. “A gentrificação sempre fez parte do processo da expansão das grandes cidades. Ela ocorre pelo interesse do setor privado, com a contribuição dos governos por meio de legislações de uso e ocupação do solo e o plano diretor dos municípios”, explica Luiz Kohara, do Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos, doutor pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP). Assim, empreendimentos ressaltam melhorias de acesso e segurança e shopping centers prometem gerar mais empregos na região. Tudo em nome de um bem para a população. “Mas quase sempre com medidas de curto prazo e sem preocupação com os efeitos coletivos, sistêmicos, de cada obra”, diz. 



TEXTO 5.

Demolições - “A Justiça de São Paulo já havia proibido a administração municipal de remover compulsoriamente as pessoas da região da Cracolândia e de interditar e demolir imóveis com moradores.
A decisão ocorreu após três pessoas ficarem feridas quando uma máquina derrubou o muro de um prédio que estava ocupado. O secretário municipal de Serviços e Obras admitiu não ter percebido a presença de moradores lá.
A liminar foi expedida no dia 24 pelo juiz Fausto Seabra, da 3ª Vara da Fazenda Pública. No texto, o juiz argumentou que "não cabe ao Poder Judiciário intervir em políticas públicas desejadas pela sociedade, porém compete-lhe o controle da legalidade dos atos administrativos".
Em nota, a Prefeitura afirmou que concorda com a decisão. “Nunca foi intenção da administração municipal fazer intervenções em edificações ocupadas sem que houvesse arrolamento prévio de seus habitantes. O cadastramento das famílias já está sendo feito”, afirmou.”
[http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/tj-derruba-decisao-que-autoriza-prefeitura-a-apreender-usuarios-para-avaliacao-medica.ghtml]





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