Bob Fernandes / Brasil: em 30 anos, 1 milhão e 200 mil homicídios



Violência. Nas últimas três décadas o Brasil teve mais de 1 milhão e 200 mil homicídios. Um índice de 26 assassinados a cada 100 mil habitantes. Uma epidemia.

Pior. Também a polícia mata. Muito. E fora da lei. Óbvio que nenhuma grande sociedade moderna vive sem polícia. O problema é saber que tipo de polícia se quer ter. Investigações mostram grupos de extermínio abrigados na PM de São Paulo.

Matadores da PM estão presos em Osasco. Por integrar grupos de extermínio, PMs estão sendo investigados por ações em Guarulhos, Santos, Taboão da Serra, Franco da Rocha, Mairiporã...para citar apenas alguns casos.

E não é só São Paulo. No Rio Grande do Norte, a operação "Hecatombe", da Polícia Federal, prendeu cinco policiais ontem. Cinco de sete policiais acusados por 20 homicídios; e iam matar um delegado e um promotor.

A Bahia, na greve da PM, teve 72 mortes suspeitas. Tiros na cabeça, munição de uso exclusivo, toucas ninja, limpeza da cena do crime... o de sempre. O Rio de Janeiro tem as "milícias", já celebrizadas no cinema.

Em Goiás, há dois anos, a PF prendeu policiais matadores na operação "Sexto Mandamento". Há um ano, na Paraíba, a PF prendeu policiais de um Esquadrão da Morte.

Quem mora em Maceió, Alagoas, sabe: grupos de extermínio agem nos bairros do Jacintinho, Tabuleiro dos Martins, Chã da Jaqueira. No conjunto "Graciliano Ramos" um policial aposentado faz segurança para comerciantes. E com seu bando promove a "limpeza".

Na Nova Branquinha, ainda Alagoas, um PM faz a segurança. Cobra R$ 10 por residência e R$ 20 dos comerciantes.

Não é só assassinato. Tem os chamados desaparecimentos; caso do Amarildo. Segundo a Anistia Internacional, 90 mil pessoas "desapareceram" no país em 20 anos. E o IPEA revelou há pouco: nos últimos 15 anos, 130 mil homicídios não estavam incluídos nas estatísticas. Mortos sem que o país se desse conta.

Brasil afora, em rádios e TVs, apresentadores noticiam, se esbaldam na violência e na morte. Não todos, mas muitos deles multiplicando a sensação de terror em horário nobre.

Além da barbarie ao vivo, do faz-de-conta do saciar a sede por Justiça, o que isso trouxe de bom em 30 anos? Transformou o quê, além da conta bancária dessa gente?

Um lendário bandido tornado filme, Lúcio Flavio, ensinou ao policial Mariel Mariscot, que lhe propunha um trabalho conjunto: "Polícia é polícia, bandido é bandido, são como água e azeite, não se misturam".

O tema "Violência no Brasil" tem 25 milhões de citações no Google. Além da óbvia necessidade de Educação: que espécie de polícia a sociedade brasileira quer ter?

Comentários

Entre em Contato pelo WhatsApp (11) 988706957

Nome

E-mail *

Mensagem *

MAIS VISITADAS