ENEM - Tema Modelo ENEM:Como garantir JUSTIÇA SOCIAL NO BRASIL se o SISTEMA DE JUSTIÇA não dá o exemplo?



TEXTO 1.

Suécia, o país onde deputados não têm assessores, dormem em quitinete e pagam pelo cafezinho
Claudia Wallin*

De Estocolmo para a BBC News Brasil - 16 fevereiro 2019

Para os deputados suecos do novo Parlamento, eleito em setembro passado, a realidade é a austeridade de sempre: gabinetes de sete metros quadrados, apartamentos funcionais pequenos e rígidos limites para o uso do dinheiro dos contribuintes no exercício da atividade parlamentar.

Não são oferecidos a deputados suecos benefícios extras como aqueles concedidos a parlamentares no Brasil, a exemplo de verbas para fretamento de aeronaves; aluguel e demais despesas de escritório político na base eleitoral; alimentação do parlamentar; contratação de secretária e entre 25 e 50 assessores particulares; ressarcimento de gastos com médicos; auxílio-creche pago por cada filho até os seis anos de idade; auxílio-mudança para se transferir para a capital; fundos para contratação de consultorias; assinatura de publicações e serviços de TV; além de verba para divulgação de mandato.

E imunidade parlamentar é um conceito que não existe na Suécia.

"Somos cidadãos comuns", diz à BBC News Brasil o deputado Per-Arne Håkansson, do partido Social-Democrata, em seu gabinete no Parlamento sueco.

"Não há sentido em conceder privilégios especiais a parlamentares, uma vez que nossa tarefa é representar os cidadãos e conhecer a realidade em que as pessoas vivem. Também pode-se dizer que é um privilégio em si representar os cidadãos, uma vez que temos a oportunidade de influenciar os rumos do país", acrescenta Håkansson.

A cada início de mandato, o que os 349 deputados suecos recebem – assim como o Presidente do Parlamento – é um cartão anual para usar o transporte público. E também um robusto código de ética, que vem acompanhado ainda por um conjunto de informações sobre o restrito uso das verbas públicas e normas de conduta para a atividade parlamentar.

Carros oficiais são poucos, e para uso limitado. O Parlamento possui apenas três veículos, modelo Volvo S80. Esta frota de três está à disposição somente do Presidente do Parlamento e seus três vice-presidentes, para eventos oficiais.

"Não é um serviço de táxi", diz René Poedtke, do setor administrativo do Parlamento. "Os carros não estão disponíveis para levá-los para casa ou para o trabalho."

Na Suécia, o único político que tem direito a carro em caráter permanente é o primeiro-ministro. O carro pertence à frota da polícia secreta sueca, a Säpo (Säkerhetspolisen). Ministros podem requisitar veículos "quando têm fortes razões para precisar de um", segundo diz um assessor do governo: "Por exemplo, quando vão fazer um discurso em um subúrbio distante".

https://www.bbc.com/portuguese/internacional-47198240



TEXTO 2.

A modesta vida dos juízes do Supremo da Suécia, sem auxílio-moradia nem carro com motorista

Claudia Wallin

De Estocolmo para a BBC News Brasil
  • 2 dezembro 2018
"Não almoço à custa do dinheiro do contribuinte", me disse certa vez o juiz sueco Göran Lambertz, em tom quase indignado, na Suprema Corte da Suécia.

A pergunta que inflamou a reação do magistrado era se, assim como ocorre no Brasil, os juízes da instância máxima do Poder Judiciário sueco têm direito a carro oficial com motorista e benefícios extra-salariais como auxílio-saúde, auxílio-moradia, gratificação natalina, verbas de representação, auxílio-funeral, auxílio pré-escolar para cada filho, abonos de permanência e auxílio-alimentação.

"Não consigo entender por que um ser humano gostaria de ter tais privilégios. Só vivemos uma vez e, portanto, penso que a vida deve ser vivida com bons padrões éticos. Não posso compreender um ser humano que tenta obter privilégios com o dinheiro público", acrescentou Lambertz.

"Luxo pago com o dinheiro do contribuinte é imoral e antiético", completou o juiz sueco.

Nesta semana, o presidente Michel Temer sancionou o reajuste de 16,38% nos salários dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e da procuradora-geral da República, o que aumenta a remuneração dos magistrados de R$ 33 mil para R$ 39 mil. O reajuste foi garantido após acordo que condicionou o aumento do salário à revogação do auxílio-moradia de R$ 4,3 mil a juízes de todo o país.

Na sexta-feira, entretanto, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, recorreu da decisão - o ministro do Supremo Luiz Fux suspendeu no último dia 26 o benefício para todas as carreiras do Judiciário - e pede que o auxílio-moradia seja mantido para os membros do Ministério Público.
Em um Brasil em crise, o aumento terá um efeito cascata sobre a remuneração de todo o funcionalismo público, e, segundo técnicos da Câmara, deverá produzir um impacto de R$ 4,1 bilhões anuais nos cofres da União e dos Estados.

Na Suécia, o salário dos magistrados da Suprema Corte - que não têm status de ministro - é de 109,5 mil coroas suecas, o que equivale a aproximadamente R$ 46 mil. Uma vez descontados os altos impostos vigentes no país, os vencimentos de cada juiz totalizam um valor líquido de 59 mil coroas suecas, segundo dados do Poder Judiciário sueco - o equivalente a cerca de R$ 25 mil.

"Isso é o que se ganha, e é um bom salário. Pode-se viver bem com vencimentos desse porte, e é suficiente", diz Lambertz. Ex-professor de Direito da Universidade de Uppsala e ex-Provedor de Justiça (Ombudsman) do Governo, Göran Lambertz chefiou ainda uma das divisões do Ministério da Justiça antes de se tornar juiz da Suprema Corte, cargo vitalício que ocupou até recentemente.
Benefícios extra-salariais, oferecidos a juízes de todas as instâncias no Brasil, não existem para juízes suecos de nenhuma instância.

"Privilégios como esses simplesmente não são necessários. E custariam muito caro para os contribuintes", diz à BBC News Brasil o jurista sueco Hans Corell, ex-Secretário-Geral Adjunto da ONU para Assuntos Jurídicos.

"Não quero emitir julgamentos sobre sistemas de outros países, pois eles têm seus próprios motivos e tradições. Mas não temos esse tipo de tradição na Suécia", observa Corell.
Nas demais instâncias do Judiciário, o salário médio bruto de um juiz na Suécia é de 66 mil coroas suecas, o que equivale a aproximadamente R$ 28 mil. Em valores líquidos, o salário médio dos juízes é de cerca de 41 mil coroas suecas - aproximadamente R$ 17,4 mil. O salário médio no país é de 32,2 mil coroas suecas (cerca de R$ 13 mil), de acordo com as estatísticas da confederação sindical sueca LO (Landsorganisationen).




TEXTO 3.

CNJ aprova auxílio-moradia para juízes de até R$ 4,3 mil

Diferença é que antes o dinheiro era pago a todos os magistrados, agora existe série de requisitos - Carolina Brígido

18/12/2018 - 14:49 / Atualizado em 18/12/2018 - 20:05

BRASÍLIA — Menos de um mês depois da decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), de banir o pagamento do auxílio-moradia para juízes de todo o país, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou nesta terça-feira uma nova versão do benefício. Horas depois, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) reproduziu a mesma regra para promotores e procuradores. O valor é o mesmo pago antes, de R$ 4.377,73 por mês (92% da população brasileira que trabalha não recebem 4,377,73 de salário). A diferença é que, pela regra anterior, o dinheiro era pago a todos os magistrados, mesmo que não tivessem custo algum com habitação. Agora, há uma série de requisitos a serem cumpridas.

O benefício está previsto na Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman), editada em 1979 pelo então presidente Ernesto Geisel. Como essa norma não foi considera inconstitucional, nada impede que o auxílio volte a ser pago. A Loman estabelece “ajuda de custo, para moradia, nas localidades em que não houver residência oficial à disposição do magistrado”.


Nova regra de auxílio-moradia para juízes tem brecha para cortes superiores
Tribunais em Brasília terão normas próprias sobre moradia; segundo CNJ, benefício só será pago a 1% dos magistrados.




TEXTO 5.

O auxílio-moradia dos juízes está de volta: quem vai receber. - Matheus Pimentel 18 Dez 2018.
Menos de um mês após o ministro Luiz Fux derrubar pagamentos, benefício volta para magistrados e para procuradores.

Michel Temer e integrantes do Supremo fizeram um acordo informal em 2018. O presidente sancionaria um aumento nos salários dos ministros do tribunal. Em troca, estes revogariam o pagamento do auxílio-moradia para juízes, procuradores e promotores de todo o Brasil. Era um modo de reduzir o impacto nas contas públicas do reajuste no contracheque dos ministros, que servem como teto do funcionalismo público e cuja elevação tem impacto em cadeia em toda a máquina pública, direta e indiretamente.

Em 26 de novembro de 2018, Temer sancionou o aumento de 16,38% que o Congresso já havia aprovado. No mesmo dia, o ministro do Supremo Luiz Fux, que cuidava do tema no tribunal, derrubou a concessão do benefício a todos os juízes brasileiros e integrantes do Ministério Público. O auxílio deixou de ser pago naquela data, conforme acordado com o governo federal.
R$ 39.293 é o salário de ministros do Supremo após o reajuste

R$ 5,3 bilhões é o impacto estimado do reajuste e do efeito cascata nos cofres públicos, por ano.
Fux, porém, estabeleceu em sua decisão que caberia ao Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional do Ministério Público regulamentar o pagamento do auxílio-moradia. A decisão de Fux foi liminar e não de plenário, com todos os ministros, e esses dois órgãos puderam decidir o assunto por conta própria.

Na terça-feira (18), o CNJ e o CNMP aprovaram a concessão do benefício a parte dos juízes, procuradores e promotores. Mas com critérios mais rígidos para o pagamento.

O que foi decidido agora:
-Magistrados, procuradores e juízes vão poder receber um ressarcimento mensal de até R$ 4.377,73, por gastos com aluguel ou hotel. Esse valor será revisado a cada ano pelos dois conselhos.

O auxílio-moradia será pago apenas para os magistrados (federais ou estaduais), procuradores e promotores que seguirem as seguintes condições:
- não seja proprietário (ou tenha sido nos 12 meses anteriores) de imóvel próprio na comarca onde trabalha
- vá, a trabalho, a uma comarca diferente da original
- não tiver imóvel funcional a seu dispor
- cônjuge ou qualquer pessoa com quem o juiz more não ocupe imóvel funcional nem receba auxílio-moradia
- comprovar gastos com aluguel ou hotel (não cobre custos como condomínio ou contas)



TEXTO 6.
5 de Setembro de 2018, 2h04

CINCO SUÍTES, LAREIRA, três banheiras de hidromassagem, escadaria em mármore, espaço gourmet, churrasqueira, pomar, jardim, garagem para quatro carros, sauna, um campo de futebol próprio e até uma piscina aquecida que avança pela sala. Por R$ 5,8 milhões é possível comprar a humilde casa de campo em que os juízes federais Marcelo e Simone Bretas fogem do atarefado dia a dia que envolve, entre outras coisas, os julgamentos dos casos da Lava Jato no Rio de Janeiro.

Em abril, a revista Piauí somou em R$ 6,4 milhões o valor dos imóveis do casal. O patrimônio dos juízes – que entraram na Justiça para garantir o auxílio-moradia, penduricalho que permite que magistrados embolsem até R$ 4.377,73 caso não tenham um imóvel do Judiciário a seu dispor na cidade onde vivem –, no entanto, é ainda maior. Quase o dobro, de acordo com escrituras obtidas pelo Intercept.




TEXTO 7.

Casal Bretas, que possui milhões em imóveis, garantiu auxílio-moradia duplo com “falha judiciária”

O casal de juízes Marcelo Bretas e Simone de Fátima Bretas garantiu seu auxílio-moradia duplo através de uma sentença que foi negada a outros 19 juízes; agora, Gilmar Mendes questiona "falha" da Justiça que os privilegiou

Reportagem da revista Piauí publicada nesta sexta-feira (13) revela que o casal de juízes Marcelo Bretas (nome da Lava Jato no Rio de Janeiro) e Simone de Fátima Bretas, além de contarem com auxílio-moradia mesmo possuindo milhões em imóveis e com salário acima do teto judicial, garantiram o benefício duplo em detrimento de outros 19 juízes que tentaram o mesmo.

Em 2015 e 2016, pelo menos 24 juízes acionaram a Justiça para receber o auxílio-moradia somado ao de seus cônjuges. Quase todos tiveram seus pedidos negados. Somente cinco magistrados fluminenses conseguiram sentença favorável, entre eles, o casal Bretas.


TEXTO 8.

"Justiça do Brasil gasta quase dez vezes mais que a dos EUADespesas totais do Poder Judiciário somaram R$ 85 bilhões em 2016, o equivalente a 1,35% de todas as riquezas produzidas pelo Brasil naquele ano. Nos EUA, essa relação é de 0,14%"


TEXTO 9.

Judiciário brasileiro é 3,5 vezes mais caro que o alemão

Magistrados brasileiros em início de carreira chegam a ganhar o triplo de seus colegas alemães. 

Mesmo gastando mais, Brasil tem proporcionalmente menos juízes que o país europeu.

O custo do Poder Judiciário brasileiro voltou aos holofotes após a revelação de que juízes da Operação Lava Jato recebem auxílio-moradia mesmo quando possuem imóveis nas cidades em que trabalham. Em 2017, o auxílio-moradia para juízes e procuradores custou 399 milhões de reais aos cofres públicos. O valor, no entanto, empalidece quando comparado aos gastos totais do Judiciário: 84,8 bilhões de reais em 2016, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Os brasileiros pagam por um dos sistemas judiciários mais caros do mundo. O valor de 2016 representou 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. No mesmo período, os gastos com a Justiça na Alemanha alcançaram apenas 0,4% do PIB. Ou seja, o Judiciário brasileiro custa, relativamente, 3,5 vezes mais aos cofres públicos do que o alemão. A diferença é expressiva mesmo se for considerado que o PIB alemão é o dobro do brasileiro.

Outras comparações também evidenciam como os brasileiros gastam mais. Em 2015, o Judiciário alemão custou em média 150 euros (cerca de 600 reais) por habitante. No Brasil, a proporção foi de 413,51 reais no mesmo período. O valor mais alto na Alemanha não significa que seus habitantes pagaram proporcionalmente mais, já que a renda per capita dos alemães é quase cinco vezes a dos brasileiros.




PROPOSTA DE REDAÇÃO ENEM

            Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema:  Como garantir JUSTIÇA SOCIAL NO BRASIL se o SISTEMA DE JUSTIÇA não dá o exemplo? Apresentando proposta de conscientização social e/ou intervenção estatal que respeitem os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.


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