TEMA MODELO ENEM: “O desmatamento no Brasil: quais as alternativas para um futuro sustentável?”




TEXTO 1. Publicado na edição de julho de 2018 da revista Nature Climate Change, o artigo “A ameaça da barganha política sobre a mitigação climática no Brasil” afirma que o país foi capaz de adotar medidas eficazes contra o desmatamento no início do século 21.

Se em 2004, 27.772 quilômetros quadrados foram desmatados na Amazônia, em 2012 o patamar foi de 4.571 quilômetros quadrados, o ponto mais baixo da série histórica do Inpe. Mas o estudo avalia que o governo vinha, desde 2012, cedendo em pontos importantes a grupos políticos ligados à mineração e à agropecuária, e relaxando a proteção de ecossistemas.
O trabalho foi publicado por pesquisadores ligados à Universidade Federal do Rio de Janeiro, à Universidade de Brasília e à Universidade Federal de Minas Gerais. Para eles, a análise sobre o caso brasileiro mostra que crises políticas podem promover o aumento do desmatamento e as emissões de gases.

Um artigo publicado na revista Science, em 2015, mostrou que a área que deveria ser legalmente reflorestada no Brasil caiu 58% com as alterações do Novo Código Florestal – de 50 milhões de hectares (500 mil quilômetros quadrados) foi para 21 milhões de hectares (210 mil quilômetros quadrados).

Em julho de 2018, o governo Temer editou uma Medida Provisória que permitiu regularizar terras da União ocupadas na Amazônia Legal até julho de 2008. A medida inclui até mesmo áreas com mais de 2.500 hectares. Ou seja, ela não trata apenas de desmatamento em terras privadas, mas de ocupação de terras públicas. Pessoas que invadiram e desmataram áreas da União ilegalmente podem ter seus negócios regularizados.

A pesquisa publicada na Nature Climate Change chama a atenção também para a suspensão da demarcação de novas terras indígenas sob Temer, que criou novas etapas no processo demarcatório. Há estudos que defendem o estabelecimento de reservas indígenas como uma medida barata e eficaz para desacelerar o desmatamento. Bolsonaro promete não demarcar nenhuma terra indígena durante seu mandato.



TEXTO 2.


Deathwatch for the Amazon

Brazil has the power to save Earth’s greatest forest—or destroy it
[O Brasil tem o poder de salvar a maior floresta da Terra - ou destruí-la]

Aug 1st 2019

Although its cradle is the sparsely wooded savannah, humankind has long looked to forests for food, fuel, timber and sublime inspiration. Still a livelihood for 1.5bn people, forests maintain local and regional ecosystems and, for the other 6.2bn, provide a—fragile and creaking—buffer against climate change. Now droughts, wildfires and other human-induced changes are compounding the damage from chainsaws. In the tropics, which contain half of the world’s forest biomass, tree-cover loss has accelerated by two-thirds since 2015; if it were a country, the shrinkage would make the tropical rainforest the world’s third-biggest carbon-dioxide emitter, after China and America.

Nowhere are the stakes higher than in the Amazon basin—and not just because it contains 40% of Earth’s rainforests and harbours 10-15% of the world’s terrestrial species. South America’s natural wonder may be perilously close to the tipping-point beyond which its gradual transformation into something closer to steppe cannot be stopped or reversed, even if people lay down their axes. Brazil’s president, Jair Bolsonaro, is hastening the process—in the name, he claims, of development. The ecological collapse his policies may precipitate would be felt most acutely within his country’s borders, which encircle 80% of the basin—but would go far beyond them, too. It must be averted.

TEXTO 3. “O Inpe teve um papel fundamental na utilização de satélites para imagem de sensoriamento remoto. O Brasil foi o terceiro país no mundo a usar imagens do satélite landsat, método desenvolvido pelo Inpe. Todos os nossos métodos são desenvolvidos pelo Inpe”. (...) Galvão também comentou sobre a série histórica de dados produzidos pelo órgão: “Esses dados sobre desmatamento da Amazônia, feitos pelo Inpe, começaram já em meados da década de 70 e a partir de 1988 nós temos a maior série histórica de dados de desmatamento de florestas tropicais respeitada mundialmente.” [Ricardo Galvão – ex-diretor do Inpe, agosto de 2019].


TEXTO 4.  “Se hoje a bancada ruralista é a principal força pressionando o Congresso para flexibilizar a proteção ambiental, é consenso entre agrônomos e pesquisadores que o futuro do agronegócio depende da preservação ambiental.
Agrônomos, biólogos e entidades como a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) alertam que a destruição da vegetação nativa e as mudanças climáticas têm grande potencial para prejudicar diretamente o agronegócio no Brasil, porque afetam diversos fatores ambientais de grande influência sobre a atividade agrícola.
O principal deles é o regime de distribuição das chuvas, essenciais para nossa produção – apenas 10% das lavouras brasileiras são irrigadas. Com o desmatamento e o aumento das temperaturas, serão afetados umidade, qualidade do solo, polinizadores, pragas.

A BBC News Brasil ouviu pesquisadores do agronegócio e nomes ligados ao setor para entender como esses riscos gerados pela destruição do ambiente devem afetar a produtividade das plantações brasileiras e mesmo se safras se tornarão inviáveis.

Eles dizem as notícias sobre o setor ambiental no Brasil não são animadoras: se o ritmo de desmatamento na Amazônia continuar como está, atingiremos em pouco tempo um nível de devastação sem volta. Junho foi o mês com mais desmatamento na Amazônia, 920,4 km², desde o início do monitoramento com sistema de alerta pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em 2015. Foi um aumento de 88% em relação ao mesmo mês no ano passado.”

(...) Reserva Legal

“A melhor forma de evitar esse processo é manter a vegetação nativa – inclusive nas propriedades rurais, onde a cobertura florestal pode fazer uma filtragem das enxurradas antes de chegarem ao rio. Metzer aponta que as propriedades produtivas devem ter cerca de 30% de cobertura florestal, na média, para que o ciclo hidrólógico e os chamados serviços ambientais funcionem normalmente.

Serviços ambientais são benefícios trazidos ao cultivo pelo ecossistema, como, por exemplo, a polinização e o controle natural de pragas.

"Paisagens onde há produção agrícola em desequilíbrio com o ambiente são poucos favoráveis à produção. Os inimigos naturais das pragas e doenças de plantas desaparecem, e a produção passa a depender cada vez mais de agrotóxicos", diz Sparovek, da Esalq.

Daí, dizem os pesquisadores, vem a importância da manutenção das reservas legais – áreas de mata nativa dentro de 
propriedades rurais cujo desmatamento é proibido por lei. O índice de proteção exigido é de 80% na Amazônia, de 35% no Cerrado e de 20% nos outros biomas.”


TEXTO 5.

O Fundo Mundial para a Natureza (WWF, da sigla em inglês), ONG de defesa do meio ambiente, acaba de divulgar a versão 2018 do seu relatório Planeta Vivo. E as conclusões não são nada boas, principalmente para o Brasil.
A análise, feita por 50 pesquisadores em todo o mundo com base em pesquisas de 19 organizações, apontou para um desmatamento intenso, que reduziu, de 1970 para cá, 20% da Floresta Amazônica e 50% do Cerrado, biomas bastante representativos do país.

A redução das áreas verdes acaba trazendo uma implicação direta na vida de espécies, aumentando ainda mais a lista daquelas que estão ameaçadas de extinção.



A WWF divulga o relatório a cada dois anos. Nesta edição, o levantamento cita animais brasileiros entre os ameaçados em função dessa perda de ambiente natural. Na lista estão a jandaia-amarela (Aratinga solstitialis), o tatu-bola (Tolipeutes tricinctus), o uacari (Cacajao hosomi), o boto (Inia geoffrensis) e o muriqui-do sul (Brachyteles aracnoides).


Proposta ENEM

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “O desmatamento no Brasil: quais as alternativas para um futuro sustentável?”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

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