TEMA ENEM: AUTISMO NO BRASIL: QUAIS OS CAMINHOS PARA A INCLUSÃO E CONSCIENTIZAÇÃO?

Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema:  Autismo no Brasil: quais os caminhos para a inclusão e conscientização?  Apresentando proposta de conscientização social e intervenção estatal que respeitem os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.


TEXTO 1.
Autismo: 1 em cada 59 crianças está dentro do transtorno do espectro autista.

Mudanças no diagnóstico e aumento da conscientização estão por trás do aumento de casos.
Um novo relatório do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CD), dos Estados Unidos, mostrou um aumento de 15% no número de crianças que fazem parte do transtorno do espectro autista (TEA) em relação aos dois anos anteriores. Isso significa 1 caso para cada 59 crianças (estimativas de 2014, divulgadas agora) contra 1 em cada 68 (estimativas de 2012, divulgadas em 2016).
O aumento no número de casos, no entanto, não significa necessariamente que mais pessoas tenham o autismo hoje do que há 50 anos, por exemplo. "Esse é um debate que ainda não temos resposta. Isso porque o conceito de autismo é um alvo em movimento. No passado, apenas considerávamos autistas aqueles bem severos, não verbais, com comportamentos muito estereotipados e totalmente dependentes para viver. Hoje em dia o autista leve está inserido no espectro, então temos o diagnóstico de autista em pessoas que são independentes, casados, cursando universidades, o que eleva o número de casos", disse o pesquisador Alysson Muotri, do Departamento de Pediatria e Medicina Molecular, da Universidade da Califórnia em San Diego, e uma das autoridades no assunto.

Sinais do autismo

Apesar de os sinais para o transtorno ficarem mais nítidos após os 3 anos, alguns indicativos desde bebê podem servir como alerta, como a criança ficar parada no berço, sem reagir aos estímulos, e evitar o contato visual com os pais. Antes do primeiro ano de vida, está sempre irritada – você o amamenta ou conversa com ela, mas continua agitada. Por volta dos 8 meses, o bebê não interage com o meio ambiente: vê um cachorro ou gato na rua e fica indiferente. Sabe aquela brincadeira em que a mãe se esconde e diz “achou!”? O bebê não esboça nenhuma reação. Na hora de brincar é comum que crianças com o TEA se interessem apenas por uma parte do brinquedo - elas podem ficar girando a roda de um carrinho por um tempo prolongado, em vez de arrastá-lo. Há casos, ainda, em que há regressão: a criança se desenvolve bem até 1 ano e meio. Depois dessa idade, para de sorrir ou de se comunicar, por exemplo.

Causa e diagnóstico

A grande contribuição causal do autismo é o fator genético. "Mas fatores externos ou ambientais também podem contribuir. Esses fatores atuam durante o desenvolvimento uterino, por exemplo, quando uma grávida sofre algum tipo de infecção ou ingere medicamentos para controle de epilepsia. A ciência tem descartado diversos fatores ambientais fora desse contexto, como vacinas, poluição, etc", afirmou Alysson Muotri.

Não há um exame específico que indique o transtorno – a avaliação deve ser clínica e feita por uma equipe multidisciplinar, formada por psicólogo, terapeuta ocupacional e fonoaudiólogo. Por isso, mediante qualquer desconfiança sobre desenvolvimento do seu filho, procure um especialista. “Quanto mais precoce começar as intervenções, melhor o prognóstico. É importante procurar as terapias adequadas o quanto antes, porque o sistema nervoso poderá responder aos estímulos rapidamente”, explica o neurologista infantil Antônio Carlos de Faria, do Hospital Pequeno Príncipe (PR).





TEXTO 2.


Após protestos, Bolsonaro sanciona lei que inclui autistas no Censo 2020.

Presidente se irritou de manhã com manifestantes que cobravam a adoção da medida. Primeira-dama atuou para convencê-lo da importância da questão.

O presidente Jair Bolsonaro sancionou nesta quinta, 18, o projeto de lei que torna obrigatória a inclusão de informações sobre pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Censo 2020. A pesquisa, produzida pelo IBGE, registra características e condições de vida da população brasileira.

A sanção à medida foi comunicada por Bolsonaro em seu perfil no Twitter. A decisão ocorre após o presidente ter se irritado durante a manhã com um grupo de manifestantes que se reuniu em frente ao Palácio do Alvorada, em Brasília, para cobrá-lo sobre a assinatura da lei. Ele vinha sinalizando desde a semana passada que poderia vetar o projeto.

Bolsonaro assinou a medida ao lado da primeira-dama, Michelle, e do apresentador Marcos Mion. A mulher do presidente fez pressão ao longo dos últimos dias para convencê-lo da importância do projeto. Já Mion, que é pai de um filho autista, foi até Brasília para se reunir com autoridades e impedir o veto.

Mion publicou no Instagram que esteve reunido por mais de quatro horas com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e com a presidente do IBGE, Susana Cordeiro Guerra. Na postagem, ele agradeceu à primeira-dama dizendo que, “sem ela, nada seria possível”.




TEXTO 3.

Publicada lei que inclui dados sobre o autismo no censo demográfico

Da Redação | 19/07/2019
Fonte: Agência Senado

Os censos demográficos realizados a partir de 2019 incluirão as especificidades inerentes ao transtorno do espectro autista. A nova regra, instituída pela Lei 13.861, de 2019, está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (19).

A inclusão de perguntas sobre o autismo no censo ajudará a determinar quantas pessoas no Brasil apresentam esse transtorno e como elas estão distribuídas pelo território. O objetivo é direcionar as políticas públicas para que os recursos sejam corretamente aplicados em prol de quem tem autismo.
A nova lei é oriunda do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 139/2018, aprovado no Senado em 2 de julho, com base em parecer da Comissão de Direitos Humanos (CDH) de autoria da senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP). O texto foi sancionado sem vetos.

Em suas redes sociais, o presidente da República, Jair Bolsonaro, disse reconhecer a importância do tema e que atendeu à necessidade da comunidade autista no Brasil.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)



TEXTO 4.

Da hora em que acorda ao momento em que vai dormir, Temple Grandin não para quieta. Ph.D. em zootecnia, ela dá aula na Universidade Estadual do Colorado, nos Estados Unidos, visita fazendas, presta consultoria ao governo, faz palestras e escreve livros — o mais famoso, a autobiografia Uma Menina Estranha, que já virou filme. Quase não sobra tempo para essa mulher de 68 anos, que revolucionou a forma de tratar animais de abate a fim de diminuir o sofrimento deles, lembrar que é autista. “O autismo é parte do que sou, mas não deixo que ele me defina”, afirma Temple em sua nova obra, O Cérebro Autista — Pensando Através do Espectro (Ed. Record).

A cientista faz parte dos 70 milhões de pessoas que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), vivem com essa condição. Ou melhor, fazem parte do transtorno do espectro autista (TEA). Desde 2013, quando foi lançado o último Manual Diagnóstico e Estatístico de Distúrbios Mentais da Associação Americana de Psiquiatria, o DSM-5, a classificação do autismo mudou. Antes ele era dividido em cinco categorias, como síndrome de Asperger e outras de nome cabeludo. Hoje, é uma coisa só, com diferentes graus de funcionalidade. “O espectro agrupa desde um quadro mais leve, ou alta funcionalidade, com inteligência acima da média, a casos em que há retardo mental, a baixa funcionalidade”, disseca Marisa Furia Silva, presidente da Associação Brasileira de Autismo (ABRA).




TEXTO 5.

Legislação

Em dezembro de 2012, alguns dos direitos dos autistas passaram a ser assegurados pela lei 12.764, chamada de “Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista”. Basicamente, a lei reconhece que os portadores de autismo têm os mesmos direitos que todas os outros pacientes com necessidades especiais no Brasil. Entre outros aspectos, a legislação garante que os autistas podem frequentar escolas regulares e, se necessário, solicitar acompanhamento nesses locais.

(...)
Apesar de o autismo ter um número relativamente grande de incidência, foi apenas em 1993 que a síndrome foi adicionada à Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde. A demora na inclusão do autismo neste ranking é reflexo do pouco que se sabe sobre a questão. Ainda nos dias de hoje, o diagnóstico é impreciso, e nem mesmo um exame genético é capaz de afirmar com precisão a incidência da síndrome. “Existe uma busca, no mundo todo, para entender quais são as causas genéticas do autismo”, explica a Professora Maria Rita dos Santos e Passos Bueno, coordenadora do núcleo voltado a autismo do Centro de Pesquisa sobre o Genoma Humano e Células-Tronco do Instituto de Biociências (IB) da USP. “Hoje a eficiência do teste ainda é muito baixa”, afirma ela.

No fim de 2014, os pesquisadores do Projeto Genoma fizeram uma importante descoberta na área: o gene TRPC6 seria um dos genes de predisposição ao autismo e alterações nesse gene levariam a problemas nos neurônios. Indo mais além, chegaram à conclusão de que tais variações podem ser corrigidas com uma substância chamada hiperforina, presente na erva-de-são-joão. Todavia, uma vez que o gene descoberto é apenas uma das possibilidades de causa do autismo, a hiperforina só seria possível como tratamento para aqueles pacientes cujo transtorno provém do TRPC6. “A expectativa é que talvez 1% dos pacientes possa responder positivamente à erva-de-são-joão”, explica Maria Rita. Além da pesquisa, o Projeto Genoma oferece aos pacientes autistas, desde 2001, um serviço de aconselhamento genético. “Estudamos as famílias geneticamente e caracterizamos a parte comportamental. Já atendemos mais de mil pacientes”, afirma a professora.


TEXTO 6.

Estudo de Harvard relaciona poluição a risco de autismo.
Por AFP

Washington – As mulheres grávidas que estiveram expostas a altos níveis de poluição têm duas vezes mais possibilidades de dar à luz uma criança autista do que as que moraram em áreas com baixa contaminação do ar, segundo um estudo da Universidade de Harvard.

De acordo com os especialistas, este é o primeiro estudo nacional que examina a ligação entre a poluição e o desenvolvimento desta condição.

A pesquisa foi publicada na revista Environmental Health Perspectives.

“Nossa pesquisa é preocupante porque, dependendo do poluente, 20 a 60% das mulheres que participaram em nosso estudo viviam em áreas onde o risco de autismo é elevado”, afirmou Andrea Roberts, pesquisadora associada do departamento de Ciências Sociais e de Conduta, da Faculdade de Saúde Pública de Harvard.



TEXTO 7.

"O que temos é uma estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), que calcula que 2 milhões de brasileiros sejam autistas. Aparentemente, esta é uma questão que está cada vez aumentando mais, e o Censo ajudaria bastante", segundo a vice-presidente do Movimento Autista do Brasil, Viviane Guimarães, o Brasil não tem uma estatística oficial do número de autistas na população, o que dificulta a formulação de políticas públicas.

O TEA pode ser classificado em:

  • Autismo clássico: grau de comprometimento pode variar de muito. Geralmente, os indivíduos ficam fechados no próprio mundo, não costumam fazer contato visual e falam pouco. Também têm dificuldades de compreensão e não entendem metáforas ou duplo sentido;
  • Autismo de alto desempenho (também chamado de síndrome de Asperger): portadores apresentam quadro similar ao dos outros autistas, mas de forma reduzida. Falam mais e são inteligentes, capazes de se tornarem especialistas naquilo que se dedicam.
  • Distúrbio global do desenvolvimento sem outra especificação (DGD-SOE): nesses casos, o diagnóstico é mais difícil porque os indivíduos apresentam sinais de autismo, mas não suficientes para enquadrá-los nas outras duas categorias.




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