TEMA NOVO FUVEST: "NEO New Deal": Utopia ou realidade?





Na crise de 1929, a quebra da bolsa afetou o planeta, porém em nosso mundo cada vez mais global e interconectado, até mesmo uma epidemia ou pandemia, em uma região, pode afetar ainda mais as bolsas de valores no globo todo, como as ocorridas em 2008/2009, por causa da H1N1, ou mesmo a Sars-Covid-19, em 2020. No caso de uma pandemia planetária, as mudanças no comportamento das pessoas afetam diretamente nosso sistema político econômico, pois afeta o modo de vida, de desejo de compra, de mobilidade urbana, de pensamento a longo prazo e na revisão do consumo e do individualismo. No entanto, vale analisar, portanto, se há alternativas viáveis como um “Neo New Deal”, ou um “Green New Deal”.


Depois de ler os textos e ver o vídeo da 
coletânea e usando de argumentos consistentes, elabore uma redação dissertativa-argumentativa em prosa, em português padrão, respondendo a pergunta:  “Neo New Deal”: Utopia ou Realidade?


TEXTO 1.


“A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.” - Eduardo Galeano, escritor uruguaio.
TEXTO 2.


“Onde não há pensamento a longo prazo, dificilmente pode haver um senso de
destino compartilhado.” 


[Zygmunt Bauman. Vidas desperdiçadas.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.]


TEXTO 3.

New Deal foi influenciado pela teoria econômica de John Maynard Keynes, economista britânico que apontava a necessidade da mediação econômica do Estado para garantir o bem-estar da população, ação que o liberalismo seria incapaz de realizar. A estratégia de planejamento econômico estatal aproximava o New Deal dos planos quinquenais adotados na URSS, que intensificaram a industrialização soviética em um período de profunda crise econômica do capitalismo ocidental.

Para enfrentar a crise econômica e social nos EUA, Roosevelt utilizou os trabalhos de um grupo de renomados economistas inspirados em Keynes para elaborar o New Deal, cujo principal objetivo era criar condições para a diminuição do desemprego, através da articulação de investimentos estatais e privados. As principais medidas foram:

  • desvalorização do dólar
    para tornar as exportações mais competitivas;
  • empréstimos aos bancos
    para evitar falências no sistema financeiro;
  • criação do sistema de
    seguridade social, com destaque para o seguro desemprego e a Lei de
    Seguridade de 1935;
  • direito de organização
    sindical;
  • estímulo à produção
    agrícola;
  • construção de uma grande
    quantidade de obras públicas, com destaque às hidrelétricas e rodovias.
O estimulo à contratação de trabalhadores, buscando uma situação de pleno emprego da população economicamente ativa e as ações de seguridade social estimulariam o consumo da população, aquecendo a produção industrial, agrícola e de serviços em todos os níveis. Além disso, a intermediação dos sindicatos nas negociações das reivindicações tentava evitar violentos conflitos, garantindo a ordem social. Essa perspectiva de atuação econômica via o capitalismo como um modo de produção integrado, no qual o aumento do consumo, principalmente dos trabalhadores, estimularia um desenvolvimento em cadeia de todos os setores econômicos.

TEXTO 4.


Em 9 de março de 1933, foi lançado oficialmente no Congresso dos Estados Unidos o "New Deal" (Novo Acordo ou Novo Trato), expressão usada para nomear um amplo programa de reformas implementado pelo governo de Franklin Delano Roosevelt (1933-1945). O projeto foi anunciado em 1932 por Roosevelt em seu discurso ao ser indicado pelo Partido Democrata como candidato a presidente.
O New Deal surgiu para salvar o país após o crash da Bolsa de Nova York, em 1929, que provocou uma enorme depressão e pôs em xeque os fundamentos do liberalismo clássico. O liberalismo clássico do "laissez faire, laissez passer" rezava que o alicerce básico da economia seria a sua autorregulamentação. De acordo com esse princípio, quanto mais liberdade se dava às atividades econômicas, maior seria a produção de riqueza e consequentemente mais bem-estar seria colhido. O liberalismo repudiava a intervenção do Estado ainda que fosse para regulamentar e evitar abusos das dráticas econômicas do mercado.

O capital financeiro especulativo valeu-se das possibilidades abertas pelo sistema liberal clássico para aumentar seus ativos e influir decisivamente no andamento da economia em seu favor. A especulação financeira acabou por impor um cenário de crescimento que não correspondia com a economia real. O resultado, em grande parte, dessa situação, foi o crash da bolsa e suas consequências sociais.

https://operamundi.uol.com.br/historia/10239/hoje-na-historia-1933-roosevelt-apresenta-new-deal-ao-congresso

TEXTO 5.

As políticas que estão sendo adotadas para o combate ao Covid-19: Experiência internacional e o Brasil

23/03/2020
    
O Observatório de Política Fiscal divulga um levantamento das principais políticas adotadas ou em discussão nos principais países e no Brasil.

Em geral as medidas buscam aliviar o fluxo de caixa das empresas, repor renda das famílias e reforçar a capacidade dos sistemas de saúde. Nem todas as medidas tiveram impactos financeiros anunciados. Nos EUA, os valores discutidos já chegam a 6,3% do PIB, mas há uma negociação em andamento no Congresso para elevar para 11,3% do PIB.
No Reino Unido, o total de medidas anunciadas chegou a 17% do PIB. A medida mais significativa é a disponibilização de garantias públicas em montante de até £330 bilhões. A garantia pública reduz risco dos empréstimos bancários. Se o devedor não pagar o banco, o governo cobre o prejuízo. No último dia 20, o Tesouro Britânico anunciou que reporá até 80% da renda dos trabalhadores em lay off até o salário de £2.500 por mês, um patamar superior à renda mediana. Esse é o mais expressivo programa de transferência de renda, cujo impacto financeiro não foi anunciado. Mesmo sem anunciar esse valor, o que o Reino Unido já anunciou ultrapassa os 17% do PIB.

A Espanha, por sua vez, anunciou um programa que até o momento atinge 17% do PIB. Além de garantias públicas para empréstimos e programas de renda para os informais, existem ações para garantir serviços públicos básicos como eletricidade, acesso à água e internet e manter a renda com a suspensão de hipotecas imobiliárias. A Alemanha e a França vão em caminhos muito similares. Só em volume de garantias, o suporte oferecido para as economias foi de 12% e 13,1% do PIB, respectivamente.

https://observatorio-politica-fiscal.ibre.fgv.br/posts/politicas-que-estao-sendo-adotadas-para-o-combate-ao-covid-19-experiencia-internacional-e-o?fbclid=IwAR3puUKONgw2aa5v9BeKEmpr8yeWbxPcBuqh0wXGUk_yDgJrNsR-Hd-zMwQ


TEXTO 6.

"As pessoas não veem o combate às mudanças climáticas como algo que afeta suas vidas diárias", afirma Battistoni. "O Green New Deal está propondo um grande investimento do governo na construção e implantação de tecnologia verde, criando uma economia mais verde, o que vai disponibilizar empregos verdes.

Pessoas comparam essa mobilização àquela da Segunda Guerra Mundial, porque é quando o governo federal entrou e disse às fábricas não fabricarem carros, mas tanques. Ao invés disso, estamos dizendo para não priorizarem a fabricação de carros, mas de ônibus elétricos. Com isso, haverá sim empregos, mas empregos que não destruam o clima."


Alyssa Battistoni, cientista política e pesquisadora da Universidade de Harvard, faz parte de um grupo crescente de acadêmicos, ativistas, políticos e cidadãos que defende um cavalo de pau no modelo de desenvolvimento dos Estados Unidos, fazendo com que o governo reoriente a economia do país em direção ao carbono zero. A proposta, que responde pelo nome de Green New Deal, quer que os EUA interrompam a produção de gases que levam ao aquecimento global e às mudanças climáticas, em dez anos, e passem a usar apenas fontes de energia limpa e renovável, além de transporte, indústria e agropecuária sem emissões. O pacote deseja converter milhões de empregos "convencionais" em "verdes".


https://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2019/09/25/combater-mudanca-climatica-gera-emprego-em-larga-escala-diz-pesquisadora/?fbclid=IwAR2_jjWkArts-BRc5_qhpqO_AE_4qwVLkAqd-w1KvnAa9tgOn3KLcNAobus


TEXTO 7.


Alguns dos pontos tratados pelo “Green New Deal”:

-Criação de fundos especiais para projetos que protegem a população de desastres
relacionados às mudanças climáticas;
-Suprir todaa demanda por energia elétrica com fontes renováveis;
-Reformar e consertar infraestruturas existentes para diminuir emissões e melhorar a
eficiência energética;
-Fomentar indústrias “limpas”, usando tecnologia para reduzir as emissões;
-Preservar terra, plantas e outras soluções que ajudam a retirar gás carbônico
da atmosfera;
-Proteger ecossistemas frágeis e ameaçados;
-Reduzir a produção de lixo;
-Substituir os meios de transporte existentes por veículos zero-emissão e investimento em
transporte coletivo;
-Promover essas ideias e inovações, tornando os Estados Unidos um país líder na ação de
prevenção das mudanças climáticas;

https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Meio-Ambiente/noticia/2019/05/o-que-e-o-green-new-deal-proposta-para-enfrentar-mudancas-climaticas.html


Em meio aos crescentes desastres climáticos em todo o planeta, dos incêndios violentos na Amazônia à passagem destrutiva do furacão Dorian pelas Bahamas, conversamos com a renomada jornalista, escritora e ativista Naomi Klein.
Em seu novo livro “On Fire: The (Burning) Case for Green New Deal” [Em chamas: o argumento (quente) a favor de um New Deal Ecológico]”, Klein analisa o surgimento do eco-fascismo.
Os países ocidentais reforçam suas fronteiras e a supremacia branca aumenta em todo o mundo em resposta à crise climática. Mas também apresenta outro caminho que a humanidade pode seguir para enfrentar o desafio do aquecimento global por meio de uma transformação radical e sistêmica.
“Sabemos que, se reduzirmos nossas emissões com o tempo, serão necessárias transformações em nosso modo de vida nas cidades, em nosso modo de mudar, em nosso modo de cultivar nossos alimentos e obter a energia que usamos”, diz Klein.
“Em essência, o que o ‘Novo Acordo Ecológico’ suscita é que, se vamos fazer tudo isso, por que não resolver todas essas crises sistêmicas de natureza social e econômica ao mesmo tempo? Porque vivemos em uma época em que várias crises se sobrepõem.”

https://jornalggn.com.br/noticia/naomi-klein-alerta-para-eco-fascismo-e-defende-new-deal-ecologico-em-novo-livro/


TEXTO 9.



https://www.bbc.com/portuguese/internacional-51699211


Imagens de satélite mostraram um declínio dramático nos níveis de poluição sobre a China, o que é "pelo menos em parte" causado por uma desaceleração econômica provocada pelo coronavírus, segundo a agência espacial americana Nasa.

Os mapas da Nasa mostram níveis decrescentes de dióxido de nitrogênio este ano.

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