Tema forte para os vestubulares de Medicina: Parto Normal, Humanizado ou Cesariana, o que realmente está em questão?



O forte discurso de Humanização da Área da Saúde ganha contornos mundiais, sendo a principal fonte a OMS – Organização Mundial da Saúde – que busca discutir as formas de manutenção da Qualidade de Vida de diferentes povos pelo globo, porém os índices que marcam o Brasil como o campeão de partos por cesariana no planeta andam alarmando. Em meio a discussão encontramos uma sociedade desinformada, um conglomerado de planos de saúde e uma classe médica que lucram com os índices e uma disputa ética vital para a Democracia da Sociedade, dita, de Direitos.
Escreva uma dissertação argumentativa defendendo um ponto de vista sobre a pergunta: Parto Normal, Humanizado ou Cesariana, o que realmente está em questão?

Texto 1)

Texto 2)
“O SUS apresenta taxa menor de cesarianas do que a rede privada porque sempre teve médico plantonista nos hospitais. Havia mais disponibilidade para fazer parto normal na rede pública. Aqui na Sinhá Junqueira, que atende particulares e planos de saúde, o plantonista foi implantado há quatro anos. Hoje há seis médicos 24h e isso refletiu na queda do índice de prematuros. Há casos em que o médico particular ia viajar e a cesárea era marcada precocemente. Outro fator que explica mais cesáreas na rede privada é o fato de as mulheres com plano de saúde optarem por engravidar mais tarde, com mais de 35 anos. Isso gera mais riscos e, em consequência, mais indicações de cesariana. Pelo SUS não há muito essa preocupação e as mulheres engravidam mais jovens”. [João Bosco Meziara, presidente regional da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Estado de São Paulo]
Texto 3)

Texto 4)

“A professora Doutora Mariana de Oliveira morreu depois de uma cesárea. Não depois de tentar um parto em casa, como sugeriram as manchetes de grande parte dos veículos de comunicação do Brasil. Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) divulgou uma nota de esclarecimento sobre a morte de Mariana.” [Revista Pragmatismo Político]

  
Texto 5)

Nota Pública da UFSCar

Manifestação do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de São Carlos

Professora Doutora Mariana de Oliveira Fonseca-Machado, enfermeira obstetra, mestre e doutora pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto/USP, era docente e pesquisadora da área da Saúde da Mulher do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de São Carlos. Com base em seu conhecimento e acompanhamento médico durante o pré-natal, que evidenciou uma gestação sem intercorrências, aguardou a evolução para um parto natural. Assim, a Prof.ª Mariana entrou em trabalho de parto no sábado, dia 11 de julho, estando acompanhada por profissional capacitado durante todo o processo. Para continuidade do trabalho de parto, encaminhou-se ao hospital no início da noite do mesmo dia, chegando ao local em perfeito estado de saúde. Algumas horas depois, Mariana foi submetida à cesariana, tendo a oportunidade de pegar sua filha no colo e amamentá-la. Posteriormente, foi encaminhada ao quarto junto com sua filha e, poucas horas depois, iniciou um quadro de complicações, que resultou no trágico desfecho. Infelizmente, preconceitos em relação ao parto natural e a "cultura de cesariana" brasileira, associados à falta de responsabilidade no compartilhamento de informações nas redes sociais e na mídia, levaram a divulgações equivocadas sobre o caso. Dados científicos indicam que a cesariana aumenta o risco de morte materna em 3-5 vezes, comparada ao parto normal. Dentre todas as causas de morte materna a hemorragia é a mais frequente delas. Em solidariedade à família da professora Mariana, o Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de São Carlos manifesta seu profundo repúdio às manifestações sensacionalistas veiculadas. Como instituição dedicada à promoção de conhecimento, convidamos toda a comunidade à reflexão e colaboração para que a verdade deste triste episódio seja esclarecida, contribuindo para a melhora do cuidado à saúde das grávidas do Brasil. São Carlos, 24 de julho de 2015.




Texto 6)

O Brasil é o país do mundo que mais realiza cesarianas. Entenda as novas medidas do governo para reverter o quadro e porque o parto normal é mais indicado
A Agência Nacional de Saúde divulgou na última semana as novas regras para a realização de partos no Brasil. O objetivo da ANS e do Ministério da Saúde é estimular a realização dos partos normais. Segundo Organização Mundial da Saúde, o Brasil é o país onde mais se realizam cesáreas no mundo. As taxas chegam a 84% no sistema privado e a 40% no SUS -- o recomendado pela OMS é 15%. As novas regras geraram opiniões divergentes entre especialistas.
O principal objetivo do governo é reduzir o número de cesárias. Para isso, a principal medida é reforçar a importância dos partogramas, documentos que detalham como foi o parto. A partir dele é possível saber quais eventuais complicações justificariam (ou não) as decisões tomadas pela equipe médica e obstétrica, e se as cesarianas efetuadas seriam de fato necessárias. Hoje o partograma é obrigatório no SUS, mas não é tratado com o rigor necessário pelos planos de saúde. A partir de agora, as operadoras dos planos de saúde só poderão realizar o pagamento dos procedimentos mediante a apresentação do partograma. Com a fiscalização e o fortalecimento de sua obrigatoriedade, os profissionais de saúde terão sempre que esperar a gestante entrar em trabalho de parto, desestimulando os nascimentos agendados -- o que não é recomendável pela OMS.

Haverá ainda a divulgação do percentual de cesarianas por hospital, por médico e por operadora. O descumprimento da regra acarretará em multa de R$ 25 mil reais para a operadora do convênio. Esta medida deixará mais explícito o excesso de intervenções no Brasil, e dará mais elementos às gestantes que desejem um parto normal pelo plano de saúde.



Texto 7)



Texto 8)
“O que faz desses jornalistas e editores, mediadores da relação entre o fato e a sociedade, ficar sedentos de sangue? Como ousam atropelar a intimidade de uma família no meio de uma tragédia e violar a privacidade de uma paciente, revelando fragmentos descontextualizados de seu prontuário clínico? Mas pior ainda é a acolhida desprovida de solidariedade humana por parte de alguns leitores da notícia.
Os comentários de alguns colegas médicos são particularmente dolorosos para mim. No meio de um confronto mal dissimulado contra o parto vaginal, o parto domiciliar, as doulas, as obstetrizes, exaltam a notícia como troféu de guerra.

Eles são a outra parte do confronto que queria ser acirrado por jornalistas e editores vampiros. Sua desumanidade chega quase a comemorar a tragédia, mas seu ódio é tão profundo que cega seu treinamento clínico e não percebem que os dados apresentados são insuficientes para poder avaliar o que aconteceu.” [Ricardo Palacios é médico. Foi consultor da Organização Mundial da Saúde]

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