"A carne mais barata do mercado" e as "ações" humanas



Minhas ações são todas em nome do homem

Assim como na imprensa brasileira, na grande mídia, há acionistas entre os jornalistas, muitos são também os políticos donos de emissora, há também acionistas em escolas, que acabam por se transformar em "acionistas" da exclusão, do elitismo, dos preconceitos, quando deveriam ser "acionistas" da humanidade.

O caso Rachel Sheherazade e seus comentários vergonhosos apenas coloca o acento que faltava no "i" da "mídia" de média - que dá origem a palavra medíocre - que circula pela TV brasileira, embora saibamos que temos grandes nomes e jornalistas espalhados pelos blogs - Eliane Brum e Luis Nassif - e nos canais fechados. Exemplo disso, é a gritante diferença de jornalismo da Globo News em comparação com o da TV Globo - só para ficarmos em um exemplo simples e observável por muitos. Outro caso que deve causar reflexão é o da TV CULTURA ter sido eleita, nesta semana, como a Segunda Melhor TV aberta do Mundo, pesquisa encomendada pela londrina BBC. Contraste claro, entre uma TV pública e uma TV de "acionistas". Uma TV que "aciona" o ser humano ao debate, e uma TV que só "aciona" o botão de lucro.

Se a escola pública no Brasil anda precária há mais de décadas, torna-se nítido como a educação e o respeito humano, por parte de âncoras da TV aberta no Brasil, estão sendo marginalizados, pois a mídia é efeito da educação de um povo. Não, isto não é apocalíptico como Alexandre Garcia - comentarista "renomado" da Globo - costuma fazer por meio de retórica e com isso costuma afastar o grande público dos interesses mais pessoais, pois são sociais - já que quando se pensa em vida, a sua qualidade de vida é a manutenção da vida e da qualidade da do outro, e não a opressão, exclusão ou a violação do direito do outro de ter condições de viver. Viver em sociedade é ser político, viver na pólis e pela pólis, ser cidadão não por direito, mas por dever de defender a vida humana. E não há meio melhor de defesa da vida humana que o investimento, pela existência toda, em Educação, ou mesmo escolher ser professor.

Olgária Matos, filósofa e professora da UNIFESP de Garulhos, costuma dizer que "ética é caráter adquirido", como um cidadão adquirirá caráter e ética se não há ética na Mídia e na escolha educacional das Escolas privadas, principalmente da grande metrópole paulistana? A resposta aparece aí de forma simples. Se ética é adquirida no viver e pelas experiências, então é advinda da família, da escola e hoje mais do que nunca da Mídia. Ética, nesta visão, perde a aura de onipotente, dogmática e, portanto, excludente. E se educação é a "principal ação" dentro de uma sociedade de direitos, nada melhor que investir no ser humano como grande lucro, e não como ônus de uma sociedade que deveria se viver por viver, e não por matar. Uma sociedade em que não se faz o aluno pensar, mas apenas reproduzir discursos pouco saudáveis e que, definitivamente, mostram que as demandas de uma sociedade não são sempre demandas pela sua saúde, pela sua educação e, principalmente, por aquilo, que cada um levará do nascimento à morte: sua humanidade.

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