PROPOSTA ENEM - “A educação como solução para ressocialização de detentos: utopia ou realidade?
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A educação como solução para ressocialização de detentos: utopia ou realidade?”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO 1.
Educação: projeto muda vida de 300 presos do Ceará
Um
projeto voltado para educação formal tem contribuído para a ressocialização de
condenados pela justiça cearense. Idealizado pelos juízes Cézar Belmino Barbosa
Júnior e Luciana Teixeira de Souza, das Varas de Execução Penal (VEP) de
Fortaleza, o projeto Aprendizes da Liberdade proporcionou alfabetização, ensino
fundamental e ensino médio a mais de 300 homens, nos últimos quatro anos.
Atualmente,
15 estudantes apenados se preparam para as provas do Exame Nacional do Ensino
Médio (Enem) e alguns já começaram a frequentar faculdades.
Nova vida
Segundo
Luciana, os escolhidos são presos que tem bom comportamento, e demonstraram
interesse em se ressocializar. O trabalho começou com 30 alunos, em 2013. Hoje,
há 150 alunos. Mesmo quando ganha liberdade, o preso pode seguir estudando, até
finalizar sua formação educacional. Para a juíza, o projeto é revolucionário.
“No
início, muitas vezes eles começam a frequentar as aulas sem interesse real.
Mas, aos poucos, vão se envolvendo, e percebem que o conhecimento abre outras
possibilidades em suas vidas”, disse a magistrada ao ressalta a taxa de
reincidência. Quando os detentos passam pelo curso, a taxa de reincidência é de
menos de 5%. "Isso demonstra que quando a oportunidade é qualificada, tem
impacto positivo para toda a sociedade”, disse.
Regras
Regras
[http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/86010-educacao-projeto-muda-vida-de-300-presos-do-ceara-2]
TEXTO 2.
Anderson foi preso por
tráfico de drogas e é interno da Penitenciária Industrial Esmeraldino Bandeira,
no complexo de Bangu, onde cursa a 6ª série do ensino fundamental desde o
início do ano. Ele é um dos beneficiados pela Lei 12.433, que dá a presidiários
o direito de reduzir sua pena frequentando aulas dentro da prisão. Desde que a
lei foi promulgada, há dois anos, subiu de 8% para 10,2% a parcela de detentos
no Brasil com acesso a atividades educacionais, algo que especialistas
consideram essencial no processo de ressocialização.
A lei foi criada para
incentivar a adesão dos detentos ao ensino básico, mas o objetivo esbarra na
falta de infraestrutura. Um levantamento do Ministério da Justiça, feito após
solicitação do GLOBO via Lei de Acesso à Informação, mostra que, das 1.410
prisões no país, 40% (565) não têm sequer sala de aula. Estão em desacordo com
a Lei 12.245, de 2010, que obriga todas as unidades penais a oferecer educação
básica e profissionalizante a seus internos.
Disponível em: http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/apenas-um-em-cada-10-detentos-estuda-no-brasil-8709849 Acesso
em 14 fevereiro 2017
TEXTO 3.
Ester Rizzi, assessora da
Ação Educativa, que realiza estudos sobre a educação em sistemas prisionais,
acredita que há uma “visão forte” entre gestores e sociedade de que o ensino
para presos é “privilégio”. “A violação do direito à educação é mais uma das
violações que ocorrem no nosso sistema prisional. A pena no Brasil diz respeito
à privação de liberdade. Os outros direitos – à educação, à saúde, à dignidade
humana – têm de ser respeitados”, afirma.
Segundo a pesquisadora, a
estrutura física dos presídios é um dos grandes empecilhos para a oferta
educacional nesses ambientes. Além disso, ela acredita que os gestores
educacionais – e não de segurança pública – é que devem cuidar dessa oferta.
Muitas vezes, não são professores das redes que ministram cursos para os
presidiários. Em São Paulo, essa é uma mudança recente. “É um avanço porque as
políticas chegarão a eles da mesma forma”, diz.
Ester garante ainda que
há outro mito em relação aos presos: o de que eles não se interessam pelos
estudos. A Ação Educativa produziu uma pesquisa no ano passado, entrevistando
os detentos, e constatou que, embora72% dos participantes da pesquisa não
estivessem estudando, 86% afirmaram que gostariam de estudar. Mais da metade
dos entrevistados nunca passaram por cursos formais na prisão.
Disponível em http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2014-01-21/mesmo-previsto-em-lei-ensino-so-chega-a-89-dos-presos-no-brasil.html Acesso
em 13 fevereiro 2017.
TEXTO 4.
O sistema penitenciário
brasileiro segue como uma instituição medieval, onde não faltam os castigos
físicos, a insalubridade, a masmorra de confinamento e o abandono. A questão do
sistema penitenciário não pode ficar apenas nos discursos eleitoreiros, como os
que já se ouvem novamente. Não adianta apenas construírem cada vez mais
penitenciárias de segurança máxima. Essa política errada e insensível somente
faz com que, por outro lado, também nos aprisionemos em casas, apartamentos e
condomínios ”de segurança máxima”.
É preciso usar as terras
que temos de sobra e criar penitenciárias-fazendas, onde o apenado possa
“limpar” as mãos lavrando a terra e, irrigando-a com o seu suor, plantar para o
autossustento da instituição e mesmo o sustento de sua família. Que os
presídios localizados nas áreas urbanas sejam unidades fabris, onde o apenado
possa dedicar seu tempo no aprendizado de uma profissão técnica e do quanto o
trabalho dignifica, enobrece e satisfaz. O mesmo em relação aos delinquentes menores
e jovens, sem educação, sem orientação, dominados pelas drogas e praticamente
sem futuro algum.
Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/como-evitar-a-volta-a-criminalidade-0widp8hf9vgximrx3lvniovgu Acesso
em 14 fevereiro 2017
TEXTO 5.
Segunda-feira, 10 de julho de 2017
Foto: Hedeson
Alves/SEED PR. Publicado originalmente pela Rede Brasil Atual.
Dos mais de 700 mil presos em todo o
país, 8% são analfabetos, 70% não chegaram a concluir o ensino fundamental e
92% não concluíram o ensino médio. Não chega a 1% os que ingressam ou tenham um
diploma do ensino superior. Apesar do perfil marcado pela baixa escolaridade,
diretamente associada à exclusão social, nem 13% deles têm acesso a atividades
educativas nas prisões.
[http://justificando.cartacapital.com.br/2017/07/10/menos-de-13-da-populacao-carceraria-tem-acesso-educacao/]
Comentários
Postar um comentário