A autonomia e o livre pensamento têm lugar no mundo de hoje?

Há uma dicotomia que atravessa os tempos - entre a autonomia e o automatismo; entre o livre pensamento e o mecanicismo; entre o humanismo e a reificação - que parecem ditar as regras em diversos campos, sejam na definição do Trabalho, da Educação ou da Arte. Nietzsche, Sócrates, Hannah Arendt, Carlos Drummond de Andrade, Freud, como grandes pensadores, sempre buscaram promover a Autonomia e o "Espírito Livre" nos seres humanos, porém encontraram pilares contrários ao longo de suas trajetórias, como também encontramos no mundo hoje. Pensando nisso, escreva uma dissertação sobre o tema:


A AUTONOMIA E O LIVRE PENSAMENTO TÊM LUGAR NO MUNDO CONTEMPORÂNEO? 





“Não somos aparelhos de objetificar e registrar de entranhas congeladas, temos que continuamente parir nossos pensamentos em meio à nossa dor, dando-lhes maternalmente todo o sangue, coração, fogo, prazer, paixão, tormento, consciência, destino e fatalidade que há em nosso viver. Viver isto significa para nós transformar continuamente em luz e flama tudo o que somos e também o que nos atinge.  Não podemos agir de outro modo." [NIETZSCHE]




"Uma demorada reflexão obriga Hannah Arendt a um penoso exercício de espeleologia interior, à caça do verdadeiro rosto de Eichmann. Quem é ele? Um homem que não pensa, conclui a filósofa-repórter, algo assim como um autômato. E esta é verdade factual.


Burocrata zeloso, Eichmann incumbe-se da inexorável pontualidade dos trens que carregam dezenas de milhares de judeus para os fornos crematórios, assim como faria se em lugar de seres humanos houvesse gado, ou cães raivosos. Ele executa ordens sem inquirir a sua consciência a respeito de coisa alguma, com obediência robótica à vontade do Führer. Desta investigação alma adentro de um criminoso exemplar nasceria uma das obras mais notáveis de Hannah Arendt, A Banalidade do Mal."  [Falta quem pense. Mino Carta]






"Aonde quer que eu vá, eu descubro que um poeta esteve lá antes de mim." [Sigmund Freud]


"O homem, bicho da Terra tão pequeno

chateia-se na Terra

lugar de muita miséria e pouca diversão,
faz um foguete, uma cápsula, um módulo
toca para a Lua

(...)Lua humanizada: tão igual à Terra.
O homem chateia-se na Lua.

Vamos para Marte – ordena a suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em Marte

(...) Marte humanizado, que lugar quadrado.
Vamos a outra parte?

(...) Restam outros sistemas fora
do solar a col-
onizar.
Ao acabarem todos
só resta ao homem
(estará equipado?)
a dificílima dangerosíssima viagem
de si a si mesmo:
pôr o pé no chão
do seu coração
experimentar
colonizar
civilizar
humanizar
o homem
descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
a perene, insuspeitada alegria

de con-viver." 

[Drummond de ANDRADE, 1978]

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