FUVEST 2016 e a Desconstrução do pensamento capitalista

Agnaldo Farias discorre sobre o poder da arte. Apesar da sociedade técnica ter a colocado de lado, a arte continua sendo um poderoso campo de experiências fundamental para que os indivíduos lidem com inquietações e perplexidades frente a um mundo em processo, dotado de incertezas.

No ano de 2005 a FUVEST trouxe um neologismo como tema ("Descatracalização") e dez anos depois, em 2015, trouxe outro ("Camarotização"). Ambos cobram uma visão sociológica sobre o cotidiano brasileiro.

Estamos em 2016, e brincando com o mesmo paralelo, podemos pensar em um tema mais voltado para a desconstrução do pensamento único e capitalista como ocorreu em 2006, em que se tinha que pensar o Trabalho como invenção histórica, exploratória e processual.

O tema de 2006 "matou" muitos candidatos, pois pedia algo bem difícil: pensar a Arte como trabalho em processo, ou seja, pensar a Arte como um Labor inerente ao Homem.

A bela palestra do professor da FAU - USP, mostra como a ARTE ainda é a saída para desconstruir o trabalho como meio para se atingir um fim. A Arte aparece com um fim em si mesmo. Um Labor, um processo elaborativo quase que espiritual, pois o Poeta escreve para desenvolver o Humano em si e nos outros, a Lógica em si e nos outros, a Técnica em si e nos outros. O Artista trabalha pela promoção da vida e pelo desenvolvimento da qualidade dela, tornando-se secundária a aquisição de dinheiro. A vida do artista é sua arte, a arte do artista é sua vida.

É importante desconstruir a ideia capitalista de que os fins justificam os meios. É preciso olhar que os meios são apenas parte de um fim em si mesmo.

Preparem o pensamento!
Vem tema bom por aí!
FUVEST 2016 sabe muito bem como quebrar a perna do aluno mecanicista e automático. A FUVEST quer autonomia e autoria!

E o lugar para se desenvolver isto é pensar a Arte como processo e o lugar que consegue resolver as inquietações humanas contemporâneas.

Vem Arte por aí!