ENEM - Qual a relação entre Pollock e a Mobilidade Urbana?


Tema: Mobilidade Urbana: Qualidade de Vida e Direito à Cidade.


Apenas na Tela

"Para apreciadores de arte, as pinturas do norte-americano Pollock são uma grande referência ao chamado expressionismo abstrato. Em suas telas,  as misturas de cores e a difusão de traços lembram a visão, vista de cima, de uma cidade com todo o seu caos e grandiosidade sintetizados em um único espaço. Muitas cidades no Brasil lembram essas telas nas quais o caos é representado pela falta de mobilidade urbana que consequentemente gera a ausência do direito de ir  e vir, trazendo sérios problemas de saúde e problemas sociais para os cidadãos. 

A valorização do automóvel como meio de transporte no Brasil está profundamente enraizada desde  a presidência de JK que incentivou a entrada de multinacionais automobilísticas no país. Ter um carro é sinônimo de autonomia e independência, e com isso, o aumento da procura por automóveis tornou-se absurda nos últimos anos sem que a cidade acompanhasse essa demanda. O desenvolvimento na infraestrutura não aumenta no mesmo ritmo que o crescimento da cidade. Um exemplo claro disso está no trânsito intenso que a cidade de São Paulo enfrenta todos os dias gerando perda de dinheiro, problemas respiratórios aliados ao stress causado por horas perdidas.


Uma alternativa seria a utilização do transporte coletivo. No entanto, quem enfrenta esse meio de locomoção sabe que as condições não são muito propícias. Existe apenas uma linha de metrô que liga a zona leste  da cidade de São Paulo com o centro, que junto com a enorme quantidade de usuários torna-se desumana a locomoção nos horários de pico. Ao analisar a situação, percebe-se que o problema não está na qualidade do transporte público mas na falta de locomoção para tantas pessoas. Mesmo que as condições de infraestrutura sejam novas e de boa qualidade, elas não suprem com as necessidades e o contingente populacional.

A solução para a melhora na mobilidade urbana é justamente criar atrativos e melhorias em outras áreas da cidade para diminuir o inchaço urbano presenciado no centro. Sendo assim, o Estado deve fornecer verbas para modernizar a periferia estimulando as pessoas a buscarem lugares mais próximos de trabalho, diminuindo a longo prazo os problemas gerados pela grande concentração. Além disso, empresários e instituições poderiam racionalizar os horários  de entradas de funcionários para diminuir os fluxos nos horários de pico. Por fim, para os trabalhadores em geral, uma ideia interessante enquanto o caos reina seria utilizar sites que promovem caronas coletivas para diminuir a quantidade de carros ou até mesmo se programar para tentar sair mais cedo ou mais tarde para não enfrentar multidões. Talvez com essas medidas pensadas para o presente e o futuro, as cidades brasileiras sejam conhecidas pela sua referência em mobilidade urbana e o caos e a desordem só sejam interessantes e belas em obras de arte como a de Pollock." [sic]




OBS:  Ótimo texto, com ótimas propostas de intervenção, tanto estatais quanto civis. Há apenas um abuso nas falhas de pontuação (faltam vírgulas em 5 passagens do texto, passagens importantes), contudo não afeta a nota final do texto que é próxima a 1000 (nota máxima nos critérios do ENEM). 920 é a nota mínima para este texto. Pois houve, nele, a sensibilidade em fazer uma analogia da cidade vista de cima com as telas expressionistas abstratas de Jackson Pollock. E a analogia foi muito feliz e bem pautada, pois foi feita sem excessos. A analogia não afetou em nada o centro do texto, que é a problematização do tema (mobilidade urbana) com as devidas soluções (propostas de intervenção)  no último parágrafo. 

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